Ator global Bruno Gagliasso se manifesta sobre tuítes homofóbicos publicados em 2009. Ele foi cobrado por internautas após sugerir boicote ao youtuber Cocielo por conta dos posts racistas
O ator Bruno Gagliasso, da TV Globo, foi às redes sociais pedir boicote ao youtuber Júlio Cocielo por conta de suas postagens racistas.
Alguns internautas, porém, decidiram investigar o histórico de publicações de Bruno na internet e encontraram publicações consideras homofóbicas.
Bruno, que é pai de uma menina negra e ativista em questões de discriminação e preconceito, pronunciou-se sobre o episódio.
“Estou aqui em 2018 respondendo com minhas ações e atitudes por quem já fui também em 2009 e mesmo antes disso. De alguma forma todos estamos. Não é passando o pano no preconceito, mas sim passando tudo a limpo, que o mundo vai se tornar um lugar melhor”, escreveu no Twitter.
Uma das publicações de Bruno, datada de dezembro de 2009, diz: “Papai Noel é boiola porque vive com o saco na mão, anda com um monte de v* e sempre aparece na noite de dia 24”.
Boicote
No início da semana, Bruno Gagliasso pediu para que as pessoas parassem de seguir o youtuber Cocielo nas redes sociais. Após a polêmia vir à tona, o ator escreveu:
“Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista.
Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim.
Preconceito não se combate sozinho. Vamos precisar de todo mundo. A mensagem precisa ser clara e direta. Num mundo digital em que seguidor significa dinheiro e carreira, a gente precisa entender a importância do boicote. Principal instrumento de revolução de Martin Luther King Jr, nos anos 60, nos Estados Unidos da segregação racial, durante o Movimento dos Direitos Civis.
As marcas só chegam até essas pessoas porque elas têm audiência, visibilidade, constroem um público que interessa para as empresas atingir. A responsabilidade é de todos. Precisamos, é claro, cobrar as marcas mas também precisamos chamar atenção dos outros famosos que seguem/dão like/fazem parceria com essas pessoas racistas, machistas, LGBTfóbicas e gordofóbicas. É obrigação de todos nós constranger e vigiar nosso círculo social.
Educação antirracista não é somente pra criança, racismo não tem idade. A hora de aprender e ensinar é agora. Vão lá no perfil (que eu me recuso a marcar aqui), vejam quem dos seus amigos e influenciadores favoritos seguem a pessoa e puxem a orelha de todo mundo.
Na internet, seguidor é visibilidade e dinheiro. Não basta só cobrarmos as marcas, até porque daqui a pouco aparecem outras empresas com memória curta. A forma de colocar no ostracismo e minar a popularidade é fazendo quem que essas pessoas percam seu público, a grande propulsora do trabalho delas. Não é um caso isolado. Não foi o primeiro, não será o último. A gente precisa atuar com quem realmente movimenta essa máquina: a audiência. Racismo é um problema de todos nós”.
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