Ciro Gomes cita Lula no lançamento oficial de sua candidatura e afirma que a "responsabilidade aumenta". Presidenciável do PDT elogiou gestão do petista e disparou contra o “baronato”. Assista
O ex-ministro Ciro Gomes foi confirmado há pouco como candidato do PDT à Presidência da República. A decisão, formalizada por aclamação da executiva do partido, foi anunciada em convenção nacional em curso nesta sexta-feira (20) na sede do partido em Brasília.
Ainda não há definição sobre os partidos da coligação ou o cargo de vice na chapa presidencial, mas uma das possibilidades é a também pré-candidata Manuela D´Ávila (PCdoB), também pretendida pelo PT.
Em seu discurso, Ciro Gomes elogiou o ex-presidente Lula. “Depois de tudo que houve com o ex-presidente Lula, nossa responsabilidade aumenta muito”, disse.
“São 207 milhões de pessoas que temos que vestir, que empregar, garantir que se alimentem e que tenham um cuidado médico decente. Todas elas já viram no passado recente que é possível ser diferente quando o governo é conectado com o povo”, afirmou Ciro, elogiando a gestão do petista.
Lula governou o país de 2003 a 2010 e teve a gestão marcada por programas sociais, como o Bolsa Família, e pelo aumento do poder de consumo da classe média. Ciro foi ministro da Integração Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula.
Críticas
Por outro lado, Ciro voltou a disparar críticas ao governo Michel Temer e ao que chamou de “baronato” – denominação que o pedetista escolheu para dar à elite financeira do país que, segundo ele, explora o trabalho do povo para manter suas riquezas.
“A classe média brasileira já paga dobrado para viver no nosso país, porque tem aspirações justas e o Estado não lhe devolve em serviços públicos de qualidade o tributo que ela paga. Então, ela não acreditando em escola pública, leva-se a pagar mensalidade escolar; não acreditando na saúde pública, paga crescentemente um caro plano de saúde particular; não acreditando na segurança pública, acaba sacrificada com o alto custo do condomínio, pagando segurança privada”, discursou, vez ou outra interrompido por aplausos e gritos cantados em sua homenagem.
“Quem tem que pagar essa conta é o governo e o mundo mais rico”, completou Ciro, que fez referências a figuras históricas da vida brasileira, como o ex-governador Leonel Brizola, fundador do PDT e homenageado na convenção, o antropólogo e ex-senador Darcy Ribeiro e o artista e ativista dos direitos humanos Abdias do Nascimento.
“Estamos vivendo o fim de um ciclo histórico. E eu estou convencido de que para seguir adiante como nação, precisamos de um novo projeto nacional de desenvolvimento”, acrescentou o candidato.
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