Redação Pragmatismo
Justiça 18/Jul/2018 às 16:37 COMENTÁRIOS
Justiça

Esposa de Eduardo Cunha é condenada em 2ª instância após ser inocentada por Moro

Publicado em 18 Jul, 2018 às 16h37

TRF-4 condena Claudia Cruz por compras no exterior com dinheiro de corrupção. Esposa de Eduardo Cunha havia sido absolvida pelo juiz Sergio Moro

Esposa de Eduardo Cunha condenada inocentada por Moro

A mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, foi condenada a dois anos e 6 meses pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no âmbito da Operação Lava Jato. Acusada de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, ela havia sido absolvida pelo juiz federal Sérgio Moro, em julgamento de primeira instância. A pena deverá ser cumprida em regime inicial aberto, substituída por restritivas de direitos.

A 8ª Turma absolveu Cláudia do crime de lavagem de dinheiro e, diante de sua absolvição e ausente demonstração inequívoca de que os valores constantes na conta Kopek são frutos de ilícitos perpetrados anteriormente, foi determinada a liberação do confisco sobre a sua conta. A pena deverá ser cumprida em regime inicial aberto, substituída por restritivas de direitos.

Por não ter sido condenada por unanimidade, Cláudia ainda tem direito a dois recursos (embargos infringentes e de declaração) em liberdade, segundo súmula da Corte e entendimento atual do Supremo Tribunal Federal, que determinam a execução da pena só após exauridos todos os apelos em segunda instância.

Relembre:
Condenação da esposa de Eduardo Cunha contraria Sergio Moro
Sergio Moro fica frente a frente com Cláudia Cruz e decepciona
Os R$ 221 milhões de Eduardo Cunha sumiram; contas estão zeradas
Sergio Moro devolve passaporte de esposa de Eduardo Cunha
MP pede que Cláudia Cruz devolva R$ 34 milhões aos cofres públicos
Sergio Moro tenta intimar esposa de Cunha mas fracassa duas vezes
Esposa de Eduardo Cunha ensina como gastar R$ 64 mil em 3 dias em Paris

A 8ª Turma deu provimento ao apelo do Ministério Público Federal (MPF) e aumentou a pena de Zelada de 6 anos para 8 anos, 10 meses e 20 dias por crime de corrupção passiva, com base no pedido de recálculo feito pelo MPF. Henriques, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, teve a pena aumentada de 7 anos para 16 anos, 3 meses e 6 dias de reclusão, porque o colegiado entendeu que houve concurso material, quando as penas são somadas, e não concurso formal, quando os crimes ficam associados, com uma pena maior para o segundo.

O empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, absolvido em primeiro grau, teve o recurso do Ministério Público Federal julgado procedente pelo tribunal e ele foi condenado a 12 anos e 8 meses por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A Procuradoria da República apontou na denúncia contra Cláudia que a elevada quantia abrigada na conta secreta na Suíça lhe garantia uma vida de esplendor no exterior. O rastreamento de seu cartão de crédito revelou gastos com roupas de grife, sapatos e despesas em restaurante suntuosos de Paris, Roma e Lisboa.

Esta ação teve origem em contrato de aquisição pela Petrobrás dos direitos de participação na exploração de campo de petróleo na República do Benin, país africano, da Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl – CBH. O negócio teria envolvido o pagamento de propina a Cunha de cerca de 1,3 milhão de franços suíços, correspondentes a cerca de US$ 1,5 milhão.

Segundo o Ministério Público Federal, parcela da propina recebida por Eduardo Cunha no contrato de Benin teria sido repassada à conta secreta na Suíça denominada de Kopek, de titularizada por Cláudia.

Nesta mesma investigação, mas em outra ação penal, Cunha também já foi sentenciado. Os desembargadores do TRF 4, por 2 votos a 1, diminuíram a condenação proferida por Moro ao ex-presidente da Câmara e a fixaram em 14 anos e 6 meses.

Com a palavra, o advogado Pierpaolo Bottini, que defende Claúdia Cruz

Para o advogado de Claudia Cruz, Pierpaolo Bottini, a decisão é positiva porque manteve a absolvição da acusação de lavagem de dinheiro, nos mesmos termos da sentença do juiz Sérgio moro. A condenação a pena restritiva de direitos por evasão de divisas não foi unânime, e por isso será questionará pelos recursos cabíveis.

Leia também:
“Eduardo Cunha era uma máquina de arrecadar dinheiro, um monstro…”
Procurador da Lava Jato ironiza absolvição de Cláudia: “Generosidade de Moro”
Critério de Sergio Moro para inocentar Cláudia Cruz também absolve Lula
Eduardo Cunha conseguiu dar um nó em Sergio Moro
Sergio Moro explica por que Eduardo Cunha não foi preso antes
Aliados de Eduardo Cunha em foto famosa se escondem em momento decisivo

Luiz Vassallo, Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt, Agência Estado

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS