Mais um "influenciador digital" perde patrocínio após mensagens de ódio
Youtuber Cocielo apagou 50 mil tweets de sua conta oficial, mas mesmo assim perdeu seus patrocinadores. Agora, outro "influenciador digital" começa a perder marcas após descoberta de mensagens de ódio
Gabriel Grunewald, AdNews
O Twitter é famoso pela instantaneidade de sua plataforma, mas depois de Júlio Cocielo usá-lo para compartilhar racismo, a plataforma tem sido utilizada como um currículo ideológico. No cenário brasileiro, o problema para alguns youtubers começou quando Cocielo comentou que o atacante negro Mbappé conseguiria fazer “uns arrastão top na praia” pela sua velocidade.
Compartilhado no último sábado (30), o comentário foi replicado por milhares e passou a ser a derrocada do creator. Conhecido pela vida regada a benefícios por contratos com grandes marcas, o jovem de Osasco viu seu nome se tornar manchete ao mesmo tempo em que o saldo bancário diminuía, pois patrocinadores como Coca-Cola, Adidas, Submarino e Itaú romperem ligações com ele.
Com sua vida virtual revirada, diversos outros tuítes tão racistas quanto foram evidenciados e os usuários começaram a investigar a posição de alguns de seus colegas. Preocupado com a atitude, o influenciador apagou mais de 50 mil postagens no Twitter, mas outros não foram tão ágeis e começam a sofrer as consequências.
Um dos colegas de trabalho que também começam a sofrer as consequências de posições condenáveis é o comunicador digital Cauê Moura que apresentava o canal “Ilha de Barbados”. Conhecido pela sua postura provocadora, ele também começou a chamar a atenção por publicações como “se meu desprezo por fã clubes de internet pudesse ser convertido em AIDS, eu seria a África”.
Para entender melhor o tamanho dos equívocos, veja abaixo uma compilação de suas declarações:
Surpresa com o retrospecto, a startup voltada para investimentos Warren, única parceira do canal que também era comandado por Rafinha Bastos e PC Siqueira, rompeu qualquer vínculo com o youtuber. Em nota oficial, a companhia de Porto Alegre disse que “buscaram tweets racistas dele antigos e trouxeram ao ar. Repudiamos todo e qualquer discurso de ódio, de segregação, machista ou homofóbico. As pessoas precisam de amor, respeito e união. Prezamos isso como valor primordial”.
O segundo de muitos, Cocielo e Cauê Moura podem ser só a ponta de iceberg para que marcas vejam com mais cuidado as personalidades que assinam os contratos. Incansáveis, os seguidores denunciam a cada dia novas declarações condenáveis das celebridades virtuais e o horizonte é nebuloso para quem compartilhou pensamentos antiéticos.
Porém, se essa posição do mercado é passageira e qual será o desfecho de toda essa linha do tempo, só os próximos tweets poderão dizer.
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