Racismo não

Juiz e jornalista festejam presidente que ostentou bandeira de regime genocida

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Juiz Marcelo Bretas (da Lava Jato do Rio) e colunista do jornal O Globo festejam presidente que ostentou bandeira de regime fascista genocida

Kiko Nogueira, DCM

O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, replicou em sua conta no Twitter uma nota de Ancelmo Gois sobre a presidente da Croácia.

Segundo o oba-oba de Ancelmo, Kolinda Grabar-Kitarovi é “o grande nome da seleção” que chega à final da Copa.

Kolinda, além de linda, como o nome diz, bate um bolão em simpatia, diplomacia e, por que não dizer?, até em cuidado com o dinheiro público nesses tempos de maus exemplos da classe política: está na Rússia, como se sabe [?!?], pagando sua viagem com dinheiro próprio”, diz o Ancelmo.

Mas que exemplo admirável. Precisamos desse tipo de gente se queremos um Brasil sério.

Faltou contar que Kolinda é dirigente de um país em que o neonazismo e a xenofobia crescem assustadoramente e que ela não se incomoda muito com isso.

Nas quartas, o zagueiro Demogoj Vida e o assistente técnico Ognjen Vulkojevic apareceram em vídeos repetindo a expressão “Slava Ukraini”, que pode ser traduzida como “Glória à Ucrânia”.

Saiba mais: O neonazismo de alguns jogadores da Croácia e a final da Copa do Mundo

Trata-se de uma saudação utilizada na Segunda Guerra Mundial. Era o equivalente local ao “Heil Hitler”.

Kolinda foi fotografada numa recepção, feliz da vida, segurando com orgulho a bandeira do Ustashe, partido nacionalista croata que foi colocado no poder como um estado fantoche alemão entre 1941 e 1945.

Kolinda com a bandeira dos fascistas da Ustashe, que dirigiu a Croácia na 2ª Guerra

A assessoria respondeu que não havia “nada de questionável” naquilo.

A imagem foi postada no Facebook por um croata que mora no Canadá. O regime ustashe perseguiu e matou milhares de sérvios, judeus, ciganos, comunistas. Havia campos de concentração.

O líder Ante Pavelić, um genocida, queria uma terra “etnicamente pura”. Fugiu no fim do conflito e recebeu asilo político da Espanha de Franco, onde morreu numa boa em 1959, aos 70 anos.

Não houve um mísero protesto de Kolinda aos espasmos extremistas dos atletas e de parte da torcida.

Mas o que vale é que ela, segundo o Ancelmo, pagou a conta para estar na Rússia, é ou não é? Além do mais, é linda.

O neonazismo? Pô, ninguém é perfeito.

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