A exemplo de outros pré-candidatos a Presidência da República, Manuela D’Ávila foi ao beija mão do general Villas Bôas. Mas ela precisava mesmo ter ido?
Kiko Nogueira, DCM
Manuela D’Ávila fica devendo a seu eleitorado — não só, mas principalmente a seu eleitorado — uma explicação razoável para sua “ótima conversa” com o general Villas Bôas.
Manuela — um bem vindo sopro de renovação na esquerda brasileira — contou que atendeu ao convite e que aproveitou para reafirmar “a convicção do PCdoB” num novo projeto que envolve a “soberania nacional” (é confuso, mesmo).
Precisava, Manuela?
O que ela possivelmente ganha com o papo de Villas Boas e o retrato? Nada.
É bom para ele, que posa de democrata (está recebendo todos os candidatos para mostrar, ao fim e ao cabo, seu poder).
Ela perde a oportunidade de marcar diferença e posição, já que seus concorrentes todos toparam a parada.
Bastaria declinar educadamente do beija mão.
Villas Bôas é aquele que, em abril, chantageou o STF na véspera do julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa de Lula.
Nas redes sociais, escreveu o seguinte: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.
Em seguida: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
Em julho, declarou que, se as Forças Armadas “tiverem de intervir, será para fazer cumprir a Constituição, manter a democracia e proteger as instituições”.
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E por aí vai.
Precisava, Manuela?
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