Medidas de exceção do Judiciário substituem ditaduras militares, diz jurista
Diferentemente das ditaduras militares do passado, os mecanismos de repressão autoritária se sofisticaram, e hoje se dão no interior da própria democracia, através de medidas de exceção tomada pelo Judiciário
Diferentemente das ditaduras militares do passado, os mecanismos de repressão autoritária se sofisticaram, e hoje se dão no interior da própria democracia, através de medidas de exceção tomada pelo Judiciário. Um dos exemplos dessas medidas é a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é do jurista e professor de Direito Constitucional da PUC-SP, Pedro Serrano, em debate realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) nesta quinta-feira (12).
“A prisão do ex-presidente Lula é parte da mesma estrutura que leva ao genocídio da juventude negra e pobre nas periferias das grandes cidades. Também tem muita relação com o impeachment e com as perseguições a líderes de movimentos sociais e sindicatos, defensores de direitos humanos e também a outros líderes políticos de esquerda em toda a América Latina“, afirmou Serrano à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal da TVT, durante o evento “A ordem é a desordem judicial“.
Após os episódios do último domingo (8), envolvendo os desembargadores do TRF4, o juiz Sergio Moro e a Polícia Federal em torno de um habeas corpus ao ex-presidente Lula, Serrano disse que ficou claro que muitos juízes buscam na lei justificativas para amparar seus atos políticos. Ele disse ainda que o cenário para as eleições deste ano não é animador, e que o candidato que for eleito terá graves problemas de governabilidade.
“A gente já sofreu uma ditadura, que foi a ditadura militar. Não podemos nos submeter agora a uma ditadura do Judiciário“, diz o presidente do metalúrgicos do ABC, Wagner Santana.
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Assista à reportagem do Seu Jornal da TVT: