Japão executa seis membros de seita que usou gás sarin em atentado que ficou conhecido como o pior da história do país asiático. Outras 190 pessoas foram presas
O governo do Japão executou nesta quinta-feira (26) seis membros da seita Verdade Suprema, responsável pelo atentado com gás sarin no metrô de Tóquio em 1995.
Agora todos os 13 membros do culto que estavam no corredor da morte foram executados. Chizuo Matsumoto, ex-líder do culto que atendia pelo nome de Shoko Asahara, e seis outros membros foram enforcados em 6 de julho.
Matsumoto estava há anos no corredor da morte com seus cúmplices envolvidos no atentado, que matou 13 pessoas e causou lesões, algumas irreversíveis, em outras 6.300.
Outros 190 membros da Aum Shinrikyo, ou Verdade Suprema em português, foram condenados a penas de prisão pelo atentado, o pior já ocorrido no Japão.
Atentado
Na manhã de 20 de março de 1995, executando um plano bem montado, vários membros da seita espalharam o gás sarin pelos vagões do metrô da capital. O sarin foi colocado em bolsas plásticas em cinco partes do metrô de Tóquio, que após serem furadas pelas pontas dos guarda-chuvas deixaram escapar o gás.
Em um primeiro momento, ninguém entendeu o que estava acontecendo naquela manhã, em plena hora do rush, quando vários passageiros começaram a sufocar, sem ver nada, em várias estações das linhas atacadas.
A seita conseguiu fabricar importantes quantidades do gás sarin em um laboratório, reproduzindo um produto mortal criado pelos cientistas do regime nazista na Alemanha no final dos anos 1930. Também executou outro ataque, na cidade de Matsumoto, no centro do país, no qual outras sete pessoas morreram e 600 ficaram feridas.
Os membros do grupo acreditavam que o fim do mundo estava chegando e que todos que não faziam parte do culto iriam para o inferno a menos que fossem mortos por membros da seita.
Em dezembro de 1999, a seita Aum admitiu, pela primeira vez, sua responsabilidade nos ataques contra Tóquio e Matsumoto, e pediu desculpas.
“Tratou-se de um nível inédito de crimes extremos e graves que não podem acontecer novamente e que aterrorizaram não somente pessoas do Japão, mas também de países estrangeiros, e abalaram a sociedade”, disse a ministra da Justiça, Yoko Kamikawa, em uma coletiva de imprensa.
“Ordenei as execuções com base em uma avaliação extremamente cuidadosa”.
Reuters, AFP e EFE
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook