Polícia Militar

Policial humilha e agride paciente com braço imobilizado em hospital

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"Levei outros dois tapas antes de começarem a filmar". Policial militar dá tapa no rosto de paciente com clavícula quebrada em hospital do DF. Agente foi afastado da corporação

A Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito e procedimento disciplinar e afastou o policial que agrediu Aldinei José Ferreira da Silva, 41 anos, desempregado, na noite de sexta-feira (6/7), no Hospital de Base, quando aguardava atendimento médico. A confusão foi filmada e divulgada pelas redes sociais. No vídeo, o policial grita e dá um tapa no paciente.

Em nota, o Instituto Hospital de Base informou que o paciente estava alterado e precisava ser contido, que o policial pediu que ele se tranquilizasse e que o homem não atendeu a solicitação, gerando a confusão, versão que é desmentida por testemunhas.

O rapaz que filmou a confusão disse que estava perto do guichê quando tudo começou. Segundo ele, Aldinei estava com o ombro imobilizado e conversava com os bombeiros da viatura que tinha transportado ele. “O policial saiu da sala, ao lado da triagem, já gritando que ia dar uns tapas no paciente se ele não calasse a boca. O homem ficou imóvel, perguntando o que tinha feito, mas ele continuou a gritar“, relatou o rapaz.

O homem se colocou à disposição da família como testemunha do paciente. “Estou indignado e revoltado. Se o paciente tivesse feito qualquer coisa, o policial tinha toda a autoridade para poder algemar e conduzir o homem até a delegacia, mas o senhor não teve qualquer reação”, explicou o rapaz.

Em entrevista ao Correio, Aldinei contou que buscou socorro na unidade do Corpo de Bombeiros de São Sebastião depois de sofrer um acidente de moto, perto do local onde mora, na mesma região administrativa. No percurso até Hospital de Base, a viatura teria mudado o trajeto para dar carona a um policial militar até a Rodoviária do Plano Piloto. Quando ele reclamou, um dos bombeiros respondeu, de forma ríspida, que sabia o que estava fazendo.

Aldinei afirmou ainda que, no Hospital de Base, questionou novamente a situação. “Eu nem estava dirigindo a palavra ao policial militar, mas ele já veio agressivo para tirar satisfação comigo. Eu fiquei calado”, garantiu. Ele fraturou a clavícula no acidente e, depois do atendimento, prestou queixa na Corregedoria da Polícia Militar. “A gente vai ao hospital para ser atendido e é agredido exatamente por um policial que está lá para nos proteger. Estou indignado”, desabafou.

De acordo com a Polícia Militar, o prazo previsto em lei para o Inquérito Policial Militar (IPM) é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20, além do prazo do procedimento disciplinar, que pode variar conforme o andamento da apuração.

Marlene Gomes, Correio Braziliense

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