Procuradora replica receita de bolo após saber que será investigada por insinuar pagamento de propina no STF. Militante nas redes sociais, Monique Checker não aceita decisões do tribunal favoráveis a políticos de esquerda
Kiko Nogueira, DCM
A procuradora Monique Cheker, do MPF do Rio, replicou a postagem de seu colega de Goiás Hélio Telho (que se define como “Esmeraldino, geek, cidadão crítico”) com a receita de um bolo.
É um protesto contra o procedimento aberto contra ela pela Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público, CNMP, por causa de uma declaração nas redes sociais.
“Não há limite. Vamos pensar: os caras são vitalícios, nunca serão responsabilizados via STF ou via Congresso e ganharão todos os meses o mesmo subsídio. Sem contar o que ganham por fora com os companheiros que beneficiam. Para quê ter vergonha na cara”, declarou ela no Twitter.
Pilhada, se defendeu alegando que não fez “menção a ministros do STF”.
No despacho instaurando a investigação, o corregedor Orlando Rochadel relata que Gilmar Mendes cobrou providências em nome dele e de Toffoli.
A Associação Nacional dos Procuradores da República vai recorrer ao plenário do CNMP contra a recomendação para limitar a manifestação de membros do MPF nas redes.
As receitas viraram símbolo de resistência nos anos 70.
Eram publicadas, juntamente com versos de Camões, para preencher os espaços censurados durante a ditadura.
Estadão e Jornal da Tarde imortalizaram o uso desse recurso — que agora volta banalizado por pessoas que estariam do lado dos censores.
Como a história se repete como farsa, os principais apoiadores de Monique são bolsonaristas e adeptos da intervenção militar.
Leia também:
Comentário do ministro Admar Gonzaga é a prova de que a nossa Justiça é um circo
Filho de Bolsonaro é coautor de projeto que dá salário vitalício a vereadores
Juíza envolvida com traficante é ‘condenada’ a receber aposentadoria compulsória
Ilha da fantasia: os privilégios de magistrados e de membros do MP
Salário de juiz no Brasil é um dos mais altos do planeta
Um juiz brasileiro pode mandar prender alguém com base na receita de ovo frito?
As mordomias, os privilégios e o paternalismo de um Judiciário arrogante
Quanto ganha um Juiz no Brasil?
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook