Professora da UNB é ameaçada por defender o aborto
Referência no debate sobre legalização do aborto no Brasil, professora da UNB tem sido ameaçada por "pessoas de bem" por conta de suas posições
A menos de um mês da discussão sobre a despenalização do aborto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a antropóloga Débora Diniz, professora na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, referência nessa questão, tem recebido diversas ameaças por conta de sua postura em defesa do direto à interrupção da gravidez.
Débora é uma, dentre os 44 expositores, que irá debater a despenalização do aborto no Brasil, durante as audiências públicas do STF prevista para os dias (3) e (6) de agosto. Os ataques, ameaças e xingamentos feitos nas páginas da professora nas redes sociais e até diretamente ao celular da professora, levou o Grupo de Estudos sobre o Aborto (GEA) a publicar uma carta repudiando às manifestações de ódio e intolerância.
“Nós não achamos que seja razoável admitir que alguém faça qualquer tipo de ameaça a qualquer pessoa em função das ideias que ela defenda“, afirma o médico especialista em Ginecologia e membro do GEA Thomaz Gollop, em entrevista à jornalista Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.
Para Maria José Rosado, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, que considera a situação “absurda, inaceitável e de violência“, o episódio revela aspectos de um estado de exceção, que censura a liberdade do pensamento e da diversidade de opiniões. “Isso é o resultado, desde que a sociedade passou por esse golpe (de 2016), que colocou-a em uma polarização e intolerância para com o diferente“.
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