Ministério Público acredita que santuário do padre Marcelo Rossi foi beneficiado pela gestão de João Doria. Investigação toma como base depoimento da esposa do ex-prefeito
O contrato da PPP (parceria público-privada) da iluminação pública da Prefeitura de São Paulo é de R$ 7 bilhões, e há suspeita de uma parte do valor tenha sido destinada a melhorias no Santuário Theotokos, do padre Marcelo Rossi.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo desta quarta (11), o caso é investigado pelo Ministério Público, que tomou depoimento da esposa do ex-prefeito João Doria, Bia Doria.
“A Promotoria do Patrimônio Público do Ministério Público trabalha com duas hipóteses nessa investigação: 1) a de que Abreu teria mandado o Ilume fazer o serviço no santuário para agradar a Bia Doria; 2) a de que Bia Doria, seguidora do padre Marcelo, teria pedido o favor à prefeitura“, indicou a Folha.
As informações preliminares dão conta de que as melhorias no santuário foram feitas durante a gestão de Denise Abreu no Ilume, setor do Paço que cuida do contrato da PPP com o consório FM Rodrigues/Consladel.
Denise, segundo elementos da investigação, não media esforços para se aproximar da ex-primeira dama.
“O santuário é citado em um email em que um ex-assessor de Abreu lista uma série de obras públicas que deveriam ser vistoriadas. A citação levantou suspeitas porque o santuário não é um espaço público e, portanto, não deveria ser alvo de ações da prefeitura“, escreveu a Folha.
Grampos do inquérito sugerem que foram feitas melhorias no palco do santuário e nas luminárias do espaço.
A ex-secretária de Denise é testemunha do caso, mas ela não indicou se houve interferência de Bia Doria no serviço.
Bia Doria não foi depor nesta quarta (11) porque está viajando. Ela foi convocada como testemunha, não como investigada.
O inquérito apura um esquema maior, de pagamento de propina a agentes do Ilume principalmente pela FM Rodrigues, para ser favorecida na licitação.
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