Tragédia

Turistas furaram boias para escapar da morte no Beach Park

Share

“[...] O salva-vidas não sabia o que fazer, a água foi subindo, as pessoas gritando e bebendo água...”. Após morte de turista esta semana, outras pessoas tomaram coragem para relatar momentos de pânico vivenciados no Beach Park. Em 2002, um menino de 7 anos morreu no parque

Depois da morte do radialista Ricardo Hilário, 43, na última segunda-feira (16) no Beach Park, em Fortaleza, alguns turistas relataram momentos de pânico vivenciados no parque aquático.

Em janeiro deste ano, um grupo de turistas precisou furar as boias para escapar da morte em um toboágua. Os relatos foram feitos no site TripAdvisor, que reúne avaliações de visitantes sobre locais turísticos.

Um homem identificado como Maurício escreveu na plataforma que, junto com seu filho e outras pessoas, ele ficou preso no toboágua do brinquedo Arrepius.

“As boias ficaram entaladas no tobogã (…). O salva-vidas não sabia o que fazer, a água foi subindo, as pessoas gritando e bebendo água. Tivemos que furar as boias com os dentes para não ficar sem ar”, relatou.

Outro usuário da plataforma, identificado como Francisco, relatou que uma mulher teve que usar a chave do armário para furar as boias. Os relatos foram publicados, a princípio, no jornal Folha de S. Paulo.

Em nota, publicada no próprio site do TripAdvisor, o Beach Park confirmou o bloqueio no fluxo de boias no toboágua que levou à parada de alguns turistas na metade do caminho. Segundo o parque, “a interrupção foi solucionada em alguns minutos e não houve danos graves a clientes ou funcionários”.

Ricardo Hilário

A morte do radialista ocorreu no novo toboágua ‘Vainkará’ — atração que passou a ser oferecida ao público desde o último sábado (14).

Ricardo desceu em uma boia junto com outras três pessoas no toboágua. Na última curva do brinquedo, contudo, a boia virou e o radialista bateu a cabeça. Ferido com o impacto, Ricardo morreu no local.

Morte em 2002

Em 2002, um menino de 7 anos também morreu nas dependências do parque vítima de afogamento no brinquedo Correnteza Encantada, um riacho com uma correnteza artificial. O parque foi condenado a pagar o equivalente a 300 salários mínimos em indenização à família da criança.

Em 2017, mais de 1 milhão de pessoas visitaram o parque, que tem 2,4 mil funcionários e 4 hotéis. A expectativa do grupo era um aumento de 10% no faturamento para este ano.

VEJA MAIS:
O que se sabe até agora sobre a morte do turista no Beach Park

Acidente nos EUA

Mortes em parques aquáticos não são registradas apenas no Brasil. Em 2016, um acidente no maior toboágua do mundo, no parque Schlitterbahn Water, no Kansas, nos Estados Unidos, matou um menino de 10 anos.

Na ocasião, o garoto Caleb Schwab foi decapitado quando “voou” do brinquedo Verrückt e atingiu uma rede de segurança.

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook