Jair Bolsonaro afirma que implementará o ensino a distância desde o ensino fundamental até o universitário. Segundo o presidenciável, esta será uma forma de combater o "marxismo". Além disso, o candidato criticou Paulo Freire, brasileiro com maior número de títulos de doutor honoris causa no mundo
Na última terça-feira (7), Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que um dos pilares do seu programa para a Educação será a implementação do ensino a distância.
Segundo o presidenciável conservador, a modalidade terá como objetivo primordial o “combate ao marxismo” nas instituições de ensino brasileiras.
“Com o ensino a distância você ajuda a combater o marxismo. E você pode começar a fazer o ensino a distância uma vez por semana. Você ajuda a baratear o ensino no Brasil”, disse o candidato.
“Pode ser para o ensino fundamental e médio, até universitário. Todos a distância… Pode ser, depende da disciplina. Ensino fisicamente será em época de prova ou então em aulas práticas”, continuou Bolsonaro.
Pare reforçar sua tese, Bolsonaro explica que alguns pais já preferem educar e ensinar seus filhos em casa, ao invés de mandá-los à escola.
“Tenho um nome que está bastante avançado para o Ministério da Educação, mas eu tenho vários nomes que não posso falar porque talvez seja do próprio MEC e ele sofreria retaliações agora”, disse, ao ser questionado sobre quem seria o líder da pasta em seu governo.
Paulo Freire
Bolsonaro ainda teceu críticas a Paulo Freire, patrono da educação do Brasil, e disse que pretende tirar do MEC a influência do educador brasileiro para combater o pensamento crítico.
“Você pega um garoto, um chinês, um japonês, um israelense de 15 anos de idade, ele sabe balancear uma equação química, ele já sabe de cor o livro de Isaac Newton, de física, ele já sabe integrada (sic), derivada. O nosso tem pensamento crítico. Está decidindo se vai ser homem ou mulher, que é a grande questão da vida dele, e militância política”, afirmou.
Paulo Freire ainda é o brasileiro com maior número de títulos de doutor honoris causa em todo mundo. O educador dedicou sua vida à educação e deu uma contribuição inestimável para o país, a partir da construção da pedagogia libertadora para a educação na alfabetização de jovens e adultos.
Paulo Freire passou parte importante de sua vida no exílio forçado, para superar a perversa herança histórica do analfabetismo. Em 1920, por exemplo, 75% da população brasileira era analfabeta. Hoje, segundo o IBGE, os analfabetos são cerca de 7%.
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