Ela era uma estudante ativa, tinha objetivos e levava uma vida feliz. Ficou paralisada e presa a uma cadeira de rodas após ser covardemente agredida. O homem responsável pela violência foi condenado a 9 anos de prisão
A justiça da Austrália condenou nesta quinta-feira (2) o brasileiro Eduardo Santos Abrahão Filho, 28, a nove anos de prisão pela agressão contra a paquistanesa Mehreen Ahmad, 32. As informações são da imprensa australiana.
A jovem, que era ativa e sorridente, comemorava o fim do período de provas da faculdade na cidade de Perth quando foi agredida pelo brasileiro.
O julgamento do brasileiro foi destaque nos principais veículos de comunicação australianos. Visando uma redução de pena, Eduardo Abrahão admitiu a agressão, mas afirmou que foi acidental. Segundo a imprensa, o condenado rezava durante o julgamento e chegou a ficar vermelho ao ouvir a sentença final.
Eduardo Abrahão Filho e Mehreen Ahmad se conheceram semanas antes do dia da agressão. Na noite do crime, o brasileiro e a paquistanesa saíram de uma festa para comprar cigarros, mas, na volta, não entraram no apartamento onde ocorria a celebração e foram para as escadas.
Ao juiz Bruno Fiannaca, Abrahão alegou que a estudante teria ficado nervosa porque estava com a boca sangrando. O condenado, então, conta que colocou a mão sobre a boca de Ahmad. Eles brigaram, ela o chutou e Abrahão empurrou a cabeça da estudante contra o chão. Ela rolou dois lances de escada abaixo.
Ahmad foi encontrada em volta de uma poça de sangue por amigos. O brasileiro fugiu, mas acabou preso horas depois. Ele ainda tinha sangue nos braços e nos sapatos.
Por causa da agressão, Ahmad sofreu danos cerebrais e foi levada pela família de volta ao Paquistão. Hoje, presa a uma cadeira de rodas, precisa de ajuda 24 horas por dia para se locomover e comer. Os médicos dizem que seu quadro é irreversível.
Ataque brutal
Para o juiz, o ataque foi brutal e não foi acidental. O magistrado afirmou que a decisão do brasileiro de fugir foi covarde e insensível. Ele dormia em casa quando foi encontrado pelos policiais. Em uma carta, Abrahão Filho descreveu suas ações como desprezíveis e se mostrou arrependido.
Os pais de Ahmad ouviram a sentença do Paquistão, onde vivem. Segundo a mãe da jovem declarou à imprensa australiana, o ataque impactou profundamente a vida da família.
“Se ela tivesse morrido naquele dia, nós teríamos, eu acho, aceitado a sua perda”, afirmou. “Em vez disso, estamos presos no que parece ser uma escuridão sem fim.”
O brasileiro deve passar pelo menos sete anos e meio na prisão antes que possa ser elegível para a liberdade condicional.
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