Mulher procurou a Justiça para pedir medida protetiva, mas teve sua solicitação negada. Dez dias depois, ela foi assassinada pelo marido na frente dos filhos
No último dia 16 de agosto, a Justiça do Distrito Federal negou proteção a Maria Regina Araújo, de 44 anos. A mulher havia solicitado medida protetiva contra o marido, Eduardo Gonçalves de Sousa, 54.
Em 26 de agosto, dez dias depois de ter o pedido de ajuda negado, Maria foi assassinada por Eduardo e se tornou mais uma vítima de feminicídio no Brasil.
O crime aconteceu na casa da vítima em Itapoã (DF). Naquele dia, Maria Regina preparou um almoço de domingo para receber amigos e familiares e colocou um colchão em outro quarto para Eduardo dormir.
Assim que o encontro acabou e as pessoas foram embora, Eduardo atacou Maria. A filha mais nova do casal, de 8 anos, gritou ao irmão, de 18, que o pai estaria enforcando a mãe. O adolescente já encontrou Maria Regina no chão, ensanguentada. O assassino fugiu e permanece foragido.
A filha ainda não sabe da dimensão da tragédia. Nesta segunda-feira (27), ela foi para a escola e disse a pessoas próximas que visitaria a mãe no hospital.
Crime e separação
Testemunhas acreditam que Eduardo premeditou o crime. Uma semana antes de assassinar a companheira, ele pediu demissão do emprego, fez empréstimo e chegou a enviar fotos de caixões para amigas próximas dela – ele acreditava que elas a incentivavam a pedir a separação.
Segundo pessoas próximas à vítima, Maria Regina chegou a comentar sobre os recentes casos de violência contra mulheres e desconfiava que o mesmo poderia acontecer com ela.
Há alguns meses, Maria pediu que Eduardo a deixasse, mas ele exigiu R$ 10 mil para ir embora. Maria Regina conseguiu juntar o valor e ofereceu ao homem, que mesmo assim se recusou a deixar a casa.
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