Redação Pragmatismo
EUA 16/Ago/2018 às 13:32 COMENTÁRIOS
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Menina que tentou suicídio é a pessoa mais jovem a passar por transplante facial

Publicado em 16 Ago, 2018 às 13h32

Jovem que tentou suicídio aos 18 anos passa por transplante de rosto e vira capa da revista "National Geographic". Todo o processo foi documentado por médicos e enfermeiros

Katie Stubblefield menina tentou suicídio transplante facial

Completou um ano que Katie Stubblefield, de 22 anos, passou por uma operação de 31 horas para receber uma nova face. Ela é a pessoa mais jovem a receber um transplante facial nos Estados Unidos, e uma das 40 pessoas a fazer esse procedimento desde que o primeiro transplante facial parcial foi realizado por uma equipe médica da Espanha, em 2005.

Desde que recebeu o transplante, Stubblefield passou por três cirurgias de revisão e faz terapias física, ocupacional e de fonoaudiologia. A jovem ficou com o rosto deformado após uma tentativa de suicídio, quando ela tinha apenas 18 anos, por causa de um tiro de rifle em seu queixo.

Os nervos que conectam seu cérebro aos seus novos músculos faciais ainda estão crescendo, então ela precisa fazer esforço para movimentar o rosto. Sua língua e boca ainda não funcionam bem. Ela também vai precisar tomar medicamentos imunossupressores para o resto de sua vida, ou até que um avanço científico anti-rejeição seja produzido.

Apesar das dificuldades que enfrenta, a situação dela é considerada um grande sucesso na medicina. A revista National Geographic resolveu contar a história de Stubblefield na edição global de setembro, também publicada no Brasil, que será lançada junto com um documentário chamado O Novo Rosto de Katie.

Sou capaz de tocar meu rosto agora, e é incrível“, disse Stubblefield em vídeo.

O caso

Em 2014, cinco semanas depois de quase morrer, a jovem chegou à Clínica de Cleveland, nos EUA, precisando de uma cirurgia reconstrutiva. Um enxerto de tecido de seu abdome foi realizado por médicos em Memphis, no estado do Tennessee, mas a tentativa fracassou.

Brian Gastman, cirurgião plástico que cuidou de Stubblefield em Cleveland, se preocupava em estabilizar a situação dela. Além disso, se perguntava se haveria tecido suficiente disponível para cirurgias corretivas devido ao seu pequeno tamanho.

Ao longo dos dois anos, Gastman e colegas reconstruíram uma nova face e a mandíbula usando partes de um osso da perna da própria garota, do tendão de Aquiles, remodelando o tecido da coxa e implantes de titânio – e utilizando um modelo impresso em 3D da face da irmã mais velha dela.

Devido ao nível de danos, no entanto, a equipe médica sabia que ela precisaria de um transplante parcial ou total. A família Stubblefield concordou, e a jovem entrou em uma lista de espera e começou a fazer avaliações psicológicas.

Em maio de 2017, eles foram informados que havia uma face correspondente adequada disponível, doada por uma mulher 31 anos que morreu de overdose.

Esse tipo de operação é extramente arriscada, com uma taxa de mortalidade de uma para cada seis cirurgias. O procedimento, contudo, foi um sucesso e substituiu quase 100% do tecido facial de Stubblefield, incluindo as órbitas oculares, maxilar inferior e parcial, dentes, músculos e pele, além de parte dos nervos faciais e testa, couro cabeludo, pálpebras, nariz e bochechas.

A cirurgia foi financiada pelo Departamento de Defesa dos EUA por meio do Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas, que busca tratar pessoas que tiveram ferimentos parecidos em batalhas.

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Revista Galileu

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