Gaguejando, Miriam Leitão foi obrigada a pronunciar editorial da Globo sobre a ditadura militar em fim da sabatina com Bolsonaro. Caso repercutiu nas redes e entre colegas de profissão: "Vergonha alheia". Apesar do mico, houve quem saísse em defesa da jornalista
O deputado Jair Bolsonaro (PSL) participou de sabatina na GloboNews na última sexta-feira (3). No final da entrevista, a apresentadora Miriam Leitão teve que repetir por meio de um ponto eletrônico uma nota de posicionamento da empresa sobre o que foi afirmado pelo presidenciável a respeito da relação da Globo com a ditadura militar.
A fala da jornalista, repleta de pausas e com a voz trêmula em alguns momentos, virou assunto nas redes sociais. A maioria dos internautas ironizou Miriam Leitão. De fato, a cena foi constrangedora e ofuscou o mal desempenho de Bolsonaro na entrevista.
“Para encerrar a entrevista, Miriam Leitão psicografa a resposta de Roberto Marinho”, ironizou um internauta no Twitter. “Miriam Leitão se cagando ao vivo e tendo que justificar o apoio de Roberto Marinho aos militares. Não sei se fiquei com mais vergonha alheia pelo Bolsonaro ou pela Miriam leitão.”, declarou outro.
Até William Waack, recentemente demitido da Globo por conta de um comentário racista, debochou da ex-colega. “Eu me lembro da minha primeira frase no primeiro minuto do primeiro programa, que eu tenho essa alegria enorme de trazer nas plataformas digitais: Eu não tenho chefe no ponto. Eu falo as coisas pela minha consciência”, disparou o jornalista.
Houve, no entanto, quem entendesse a situação e saísse em defesa de Miriam Leitão: “Pô gente, sério que ninguém entendeu o que houve? A Globo “se deu” um direito de resposta no programa, já que o Bolsonaro falou que ela apoiou o golpe. A Miriam Leitão era a porta voz da mensagem e só repetiu o que estavam falando no ponto dela. Tem tanta dificuldade de entender?”
A Globo e a ditadura
Em editorial histórico publicado em 2013, a Globo reconheceu que errou ao apoiar o golpe militar de 1964, mas alegou que outros veículos de comunicação, como Folha e Estadão, fizeram o mesmo. O mea culpa aconteceu um dia depois de jovens atirarem esterco na emissora (relembre aqui).
SAIBA MAIS:
— A História inabalável: editorial do jornal “O Globo” de 2 de abril de 1964, celebrou o Golpe Militar
VÍDEO:
Íntegra da entrevista:
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