Adélio Bispo de Oliveira: mineiro de Montes Claros, perfil do homem que esfaqueou Bolsonaro é repleto de teorias conspiratórias maçônicas. Sobrinha diz que ele atuava como "missionário evangélico"
ElPaís
Adélio Bispo de Oliveira, 40, foi preso em flagrante após atacar com uma faca o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) nesta quinta-feira durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
Após o ataque, ele chegou a ser agredido por partidários do candidato, e foi preso em seguida, levado para a delegacia da Polícia Federal. A
té o momento pouco se sabe sobre o que teria motivado a agressão: de acordo com policiais que estavam presentes no momento da prisão, Oliveira teria dito que cometeu o crime “a mando de Deus”, segundo a TV Globo. Uma página do Facebook atribuída a ele traça um perfil confuso deste mineiro de Montes Claros.
Lá constam críticas ao capitão da reserva, à classe política de forma genérica e à maçonaria (“Deveria serem (sic) todas lojas maçônicas do país incendiadas por completo”, escreveu).
Os posts dedicados a Bolsonaro são vários, de memes a críticas diretas. “A aprovação de Bolsonaro é maior entre os menos estudados, ou seja só analfabetos e semi analfabetos votam em Bolsonaro”, escreveu em julho deste ano.
Também na rede social ele postou fotos suas em um ato contra o presidente Michel Temer, no qual aparece ao lado de cartazes com os dizeres “Fora Temer” e “Políticos inúteis”.
A maçonaria era um tema recorrente para ele na rede. “Na maçonaria a maior parte dos maçons não passa do terceiro grau, servindo de capachos para os mais graduados, e para lhes satisfazer certas vaidades e serviços exclusos (sic)”.
Ele também acusava Temer, o ex-prefeito João Doria (PSDB) e o Movimento Brasil Livre, de serem parte da organização – “Tá aí o MBL, um movimento de direita privatista, anti-Estado e maçônica!”. Em julho deste ano ele fez check-in em um clube de tiro localizado em Florianópolis, onde ele possivelmente morou durante alguns meses deste ano.
Uma sobrinha de Oliveira ouvida pelo BuzzFeed afirmou que ele atuava como missionário evangélico, e que estava afastado da família há alguns anos.
“Ele tinha ideias conturbadas”, disse. Oliveira foi filiado ao PSOL de Uberaba entre 2007 e 2014, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral. O partido divulgou uma nota de repúdio ao ataque contra Bolsonaro.
Oliveira respondia a um processo pelo crime de lesão corporal supostamente cometido em 2013, de acordo com a polícia mineira.
Em 2017 ele acionou a Justiça do Trabalho em um processo contra uma empresa pelo não pagamento de verbas indenizatórias. A reportagem não conseguiu contato com nenhum de seus advogados listados na ação.
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