Propaganda eleitoral da PM Kátia Sastre, que ficou conhecida após matar um assaltante na porta de uma escola, mostrava o vídeo com as imagens da ação acompanhado da seguinte fala: "Atirei, e atiraria de novo"
Em decisão liminar, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) suspendeu nesta quarta-feira (6) propaganda da candidata a deputada federal Kátia Sastre (PR), policial militar que ficou conhecida após reagir e matar um assaltante na porta de uma escola em maio. Na ocasião, ela estava à paisana e sozinha. O pedido de retirada foi feito pela coligação Sem Medo de Mudar São Paulo (Psol/PCB).
Na propaganda, a candidata utilizava o vídeo com as imagens da ação. A cabo ressalta sua coragem e reafirma a disposição de reagir. “Atirei, e atiraria de novo“, diz Kátia na peça de publicidade. As imagens utilizadas foram complementadas com uma dublagem do suposto diálogo entre a PM e o assaltante, e também foram incluídos barulhos de disparos da arma.
Os partidos da coligação pediam a remoção do vídeo alegando que a peça contraria os artigo 6, 68 e 17 da lei eleitoral, já que, entre outros fatores, incita a violência e é transmitida em horário em que crianças e jovens assistem à televisão.
O juiz eleitoral Paulo Galizia considerou que “além da impertinência em relação à idade daqueles que compõem o segmento de crianças e adolescentes, a propaganda eleitoral impugnada ainda promove em todos os telespectadores a incitação de atentado contra pessoas, e do comportamento de reação individual em situações de conflito agudo“. O magistrado determinou multa de R$ 5 mil caso a determinação seja descumprida.
Para o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), candidato a reeleição, trata-se de uma medida “acertada” do TRE. “É uma impertinência, por ser um ato de violência com morte como propaganda sensacionalista. Não podemos aceitar isso. Basta de propaganda eleitoreira. Basta de excitar a violência e propor saídas individuais. Temos que construir uma outra sociedade, mais humanista, mais solidária, e não dar mal exemplo para as crianças e adolescentes. Todo respeito às nossas crianças e adolescentes.”
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