O nó na cabeça da mídia: Haddad, o radical ou o moderado? Aumentam as reportagens mostrando o nível de confusão que se instalou na cabeça dos repórteres
O Valor Econômico tem feito a cobertura mais equilibrada das eleições. Mas, frequentemente, há reportagens mostrando o nível de confusão que se instalou na cabeça dos repórteres, entre o discurso terrorista que vem da cúpula da Globo, e as conversas realistas com mercado.
Exemplo interessante é a matéria, da qual extraímos alguns trechos (não vai nem link nem autoria, porque o repórter é mais vítima que autor da confusão):
Falta pouco menos de um mês para a eleição e, aos poucos, o cenário mais temido pelo mercado financeiro vai ganhando força. Geraldo Alckmin (PSDB), o preferido dos investidores por seu discurso reformista, continua patinando, enquanto os candidatos de perfil esquerdista Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) avançam.
(…) Fernando Haddad ainda é o que mais assusta o mercado, ao ser considerado um nome cada vez mais forte na disputa de segundo turno com Bolsonaro, que lidera o pleito com 24% das intenções de voto.
(…) Com um programa econômico heterodoxo, que relativiza a necessidade de reformas, se o candidato do PT continuar mostrando avanço nas pesquisas também a temperatura nos mercados deve subir, trazendo ainda mais volatilidade aos preços.
Mas, porém, contudo, todavia, entretanto…
Mas, à boca miúda, o que alguns experientes analistas dizem é que há chance de o petista ajustar o discurso após o primeiro turno. Leitura que gestores e economistas passaram a fazer após encontros privados com o candidato – chamado de “o mais tucano dos petistas” -, e é endossada por declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que, num eventual confronto contra Bolsonaro, o PSDB apoiaria Haddad.
Hoje o que se tem de concreto é um discurso que vai na contramão de tudo o que o mercado considera fundamental para a economia voltar aos trilhos. (…) Mas, para participantes do mercado, não se pode descartar a possibilidade de Haddad moderar o discurso ainda antes de um eventual segundo turno. “Ele sabe que precisa ter um compromisso fiscal e mostrar ideias muito mais equilibradas”, relata um economista que participou de um encontro com o petista. “Eu tenho convicção de que ele vai mudar o discurso logo depois do primeiro turno”.
(…) Ele afirma que não seria fácil encontrar nomes de mercado dispostos a trabalhar num governo do PT. “Mas acho que a surpresa positiva pode vir de Haddad, não de Bolsonaro.”
Por outro lado, é comovente a solidariedade do Estadão com Bolsonaro.
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