Haddad é alvo de Ciro, Alckmin, Dias e Meirelles em debate da TV Aparecida
Presidenciáveis apontaram suas artilharias para Fernando Haddad no debate da TV Aparecida. Candidato de Lula é quem mais cresce nas pesquisas eleitorais
O debate da TV Aparecida foi o primeiro que contou com a presença do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, que está à frente da chapa com Manuela D’Ávila (PCdoB) como vice.
Haddad criticou as medidas do presidente Michel Temer (MDB) e apontou a participação direta do PSDB no projeto emedebista.
“Medidas de Temer colocam em risco a saúde social do Brasil. Temos que olhar para o povo, para quem falta creche, remédio, gás a preço justo, renda para terminar o mês. Se não olharmos para esse trabalhador, vamos colher frutos ruins”, disse.
O candidato representante direto de Temer, Henrique Meirelles (MDB), atacou os governos petistas em confronto direto com Haddad, que lembrou o fato de que Meirelles foi presidente do Banco Central durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad falou sobre a entrevista do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que admitiu que seu partido errou ao prejudicar o governo Dilma Rousseff, eleita em 2014 e cassada em 2016.
“Após a reeleição da Dilma, o presidente do PSDB já admitiu que seu partido começou a sabotar o país contra suas convicções. Vamos recuperar a confiança dos investidores e do povo mais pobre. Temos que rever as medidas aprovadas pelo Meirelles durante o governo Temer. Precisamos voltar a ser felizes. A exclusão social que gera desigualdade e baixo desempenho da economia. Povo com dinheiro, a economia cresce”, afirmou.
Haddad questionou Alckmin sobre o posicionamento dele e de seu partido sobre a “reforma” trabalhista e a Emenda Constitucional 95, conhecida como PEC do Teto. O tucano disse que defendeu as propostas do governo de Michel Temer e aproveitou para atacar o PT. Mesmo defendendo propostas de Temer, Alckmin tentou se descolar da imagem impopular do emedebista.
Por fim, o petista assegurou que, se eleito, revogará a “reforma” trabalhista, “que fragiliza o trabalhador frente ao empregador”. “Somos contra a terceirização que fragiliza o trabalho diante do capital, prática do PSDB. Contra o teto de gastos que impede investimentos em educação, saúde.”
Grande alvo
Em entrevista após o debate, Haddad afirmou que já esperava ser o principal alvo dos adversários no debate da TV Aparecida.
“Eu já esperava [ser o mais atacado no debate], mas, como eu estou tranquilo, está tudo bem”, disse. “O pessoal [os adversários que o escolheram como alvo] está mais nervoso.”
O petista recebeu menções diretas e em tom mais crítico por parte de Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB).
Após a definição de Haddad como presidenciável e de Manuela Dávila (PCdoB) como candidata a vice, o petista deu um salto que o colocou em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto. No último Ibope, ele apareceu isolado nesta posição.
Indagado nesta madrugada sobre o tom que pretende adotar nas pouco mais de duas semanas que restam antes do primeiro turno, negou que vá endurecer o discurso como estratégia para desidratar a intenção de votos de adversários. Sobre isso, afirmou que terá “um tom positivo de resgatar nosso legado [de governos petistas] e de responder perguntas”.
Por outro lado, Haddad evitou se posicionar sobre alianças para um eventual segundo turno. Durante a semana, o petista afirmou esperar Ciro ao seu lado, a quem se referiu como “meu amigo”.