Adolf Hitler explicou numa entrevista por que seu partido se chamou nacional socialista
Kiko Nogueira, DCM
Um vídeo da embaixada da Alemanha sobre o nazismo se tornou motivo de vergonha alheia mundial para o Brasil.
Bolsominions invadiram a página com aquela tese psicodélica, plantada em seus cérebros pelo guru Olavo de Carvalho, de que se trata de uma ideologia “de esquerda” (sem contar os imbecis negacionisas do holocausto).
“Lá é muito simples: trata-se de extrema direita e pronto. Essa discussão sobre ser de esquerda ou direita parece existir só no Brasil”, disse à DW o cientista político alemão Kai Michael Kenkel, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.
“Se você perguntar para um neonazista na Alemanha se ele é de esquerda, vai levar uma porrada”.
Vivo fosse, o führer poderia ter uma conversinha boa com esse pessoal.
O jornal britânico The Guardian tem uma seção chamada “Grandes Entrevistas do Século 20”.
Uma delas, publicada em 1932 na revista Liberty, é com o velho Adolfo. O autor é o poeta e escritor alemão George Sylvester Viereck.
Segue um trecho:
“Por que”, perguntei a Hitler, “você se declara um nacional-socialista, já que o programa de seu partido é a antítese daquilo comumente creditado ao socialismo?”
“O socialismo”, ele retrucou, derrubando sua xícara de chá, exaltado, “é a ciência de lidar com o bem comum. O comunismo não é o socialismo. O marxismo não é o socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram o seu significado. Eu devo tirar o socialismo dos socialistas”.
“Nós poderíamos nos chamar Partido Liberal. Nós escolhemos nacional socialistas. Nós não somos internacionalistas. Nosso socialismo é nacional. Exigimos o cumprimento das reivindicações justas das classes produtivas pelo Estado com base na solidariedade racial. Para nós, estado e raça são um.”
(…)
“Queremos uma Grande Alemanha que una todas as tribos alemãs. Mas a nossa salvação pode começar no canto mais remoto. Mesmo que tivéssemos apenas 10 acres de terra e estivéssemos determinados a defendê-los com nossas vidas, os 10 acres se tornariam o foco da nossa regeneração. Nossos trabalhadores têm duas almas: uma é alemã, a outra é marxista. Devemos despertar a alma alemã. Devemos destruir o câncer do marxismo. O marxismo e o germanismo são antíteses.”
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