No discurso, Jair Bolsonaro tem prometido que vai "acabar com as indicações políticas" em ministérios e demais postos estratégicos da administração pública. Na prática, deputada aliada do candidato admite que ele oferece cargos a ruralistas em troca de apoio
Isabella Macedo, Congresso em Foco
A deputada Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), confirmou ter sido procurada pelo candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), para que a FPA indique nomes para um eventual governo. As informações são do Congresso em Foco.
O movimento de Bolsonaro contradiz uma de suas principais promessas de campanha feitas como maneira de se diferenciar da atual e das anteriores gestões presidenciais – o fim das indicações políticas em ministérios e demais postos estratégicos da administração pública.
“A questão ideológica é tão, ou mais grave, que a corrupção no Brasil. São dois males a ser combatidos. O desaparelhamento do Estado, e o fim das indicações políticas, é o remédio que temos para salvar o Brasil”, escreveu Bolsonaro, no dia 2 de outubro, em sua conta no Twitter. A promessa é repetida em entrevistas e no horário político gratuito em rede nacional de rádio e TV.
A deputada disse à reportagem que a Frente poderia indicar alguns nomes. Segundo ela, não há nada definido e nenhum nome foi colocado em discussão, mas que Bolsonaro se disse aberto a sugestões da bancada.
“Um futuro ministro poderia ter uma boa relação com a FPA, pode ser uma sugestão da FPA. Mas isso não é uma coisa que está sacramentada”, disse ela.
Um dos nomes já especulados para assumir a pasta caso o candidato de extrema-direita vença a eleição é o do ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, aliado e amigo de Bolsonaro. Nabhan Garcia é presidente da União Democrática Ruralista (UDR).
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