"Bolsonaro ainda nem foi eleito e já estão tentando nos matar. O que vem depois?". Diversos ataques foram realizados desde o começo deste mês. Cenário é de caos
O levantamento leva em conta informações apuradas pela Ponte, notícias publicadas em outros veículos de imprensa e informações postadas nas redes sociais por fontes primárias. Uma das ferramentas utilizadas é o banco Violência Política no Brasil. As redes sociais têm sido o meio mais utilizado para que as vítimas se pronunciem sobre os ataques. Conheça alguns deles ocorridos desde o início do mês de outubro:
14/10
↬ Apoiadores de Bolsonaro ameaçam linchar jovem negro no Guarujá (SP): ‘No dia 1º de janeiro isso vai acabar’, disse um deles
↬ Padre Jaime Crowe é criticado por fieis, na zona sul de São Paulo, por ter dado a hóstia a candidatos petistas
13/10
↬ Jornalista e professora agredidas por militantes de Bolsonaro no Recife
↬ ‘Bando de viado’: após gritos de ódio, homem dá três tiros e acerta jovem em frente a bar; dona acredita em motivação política
11/10
↬ Jornalista é agredido por vereador em São Carlos (SP): ‘você é um lixo por defender homossexuais, a esquerda e vagabundo’
↬ Eleitores de Bolsonaro agridem uma estudante da Universidade Federal de Santa Catarina
10/10
↬ Produtora no Recife conta que foi espancada por mulher após criticar Bolsonaro
↬ Ex-Furacão 2000, mulher trans é atacada com barra de ferro por apoiadores de Bolsonaro
↬ Miriam Leitão é alvo de ataques e mentiras em redes sociais
↬ Eleitores de Bolsonaro ameaçam mulher: ‘Vocês estão com os dias contados’
9/10
↬ Torcida pró-Bolsonaro agride estudante com boné do MST
↬ ‘Eles falaram que se Bolsonaro for eleito vão matar os viados, as sapatões’
↬ Mulher é algemada e jogada no chão por policiais militares em SP
Segundo a Agência Pública, Luisa Alencar estava fazendo um estêncil com os dizeres “Ele Não” em um muro. “Os policiais nem me chamaram nem me advertiram verbalmente, eles já chegaram me agredindo”, contou. Um deles arrancou sua mochila, torceu seu braço e a algemou. “Enquanto ele me prensava na parede, ele começou a gritar no meu ouvido: ‘Sua puta, ele sim, sua puta, vagabunda, ele sim. Não vai ter mais nenhum vagabundo igual a você na rua fazendo essas merdas’”, disse a jovem. Ela fez uma postagem contando o caso no Facebook dela.
8/10
↬ Fãs de Bolsonaro teriam marcado suástica em jovem; para delegado, é símbolo de amor
↬ Irmã de Marielle, Anielle Franco, é ameaçada na rua: ‘Esquerda de merda, sai daí feminista piranha’
Anielle usou a conta dela no Facebook para contar o que aconteceu, quando estava andando perto de um shopping no Rio de Janeiro, com a filha pequena no colo.
↬ Mestre capoeirista Moa do Katendê é morto com 12 facadas em bar depois de declarar voto no PT
↬ Banheiro de colégio na zona sul do RJ aparece pichado: ‘Sapatas vão morrer kkkk’
07/10
↬ Jornalista é agredida e ameaçada de estupro em Pernambuco
Servidora pública é agredida por eleitores de Bolsonaro em Pernambuco
4/10
↬ Apoiadores de Bolsonaro destroem homenagem em placa de rua para Marielle Franco
3/10
↬ Psicóloga relata as ameaças que dois pacientes, um rapaz gay e uma jovem feminista, receberam na semana das eleições
↬ Cabeleireiro é encontrado morto com pés e mãos amarrados dentro do armário do apartamento em que vivia em Curitiba (PR)
↬ Bolsonaristas se envolvem em três casos de agressão, contra uma jornalista, quatro jovens com bandeira LGBT e duas jovens que estavam passando
O que Bolsonaro diz
Em postagem publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (10/10), Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que dispensa os votos de quem pratica violência. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar”, escreveu.
Dez minutos depois, o candidato escreveu mais uma mensagem afirmando repudiar a tentativa de compará-lo a um nazista: “Há também um movimento orquestrado forjando agressões para prejudicar nossa campanha nos ligando Nazismo, que, assim como o Comunismo, repudiamos completamente. Trata-se de mais uma das tantas mentiras que espalham ao meu respeito. Admiramos e respeitamos Israel e seu povo!”.
Sobre as violências praticadas por partidários do candidato Fernando Haddad (PT), o mapeamento feito pela Agência Pública indica pelo menos 6 casos. Um desses casos aconteceu em Santa Cecília, bairro central de São Paulo, quando um professor de 56 anos teria levado um chute e caído no chão depois de gritar “Ele sim”. A Ponte tentou entrar em contato com a vítima, mas não obteve retorno.
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