Redação Pragmatismo
Eleições 2018 18/Out/2018 às 16:14 COMENTÁRIOS
Eleições 2018

Bolsonaro promete entregar petróleo brasileiro aos estrangeiros

Publicado em 18 Out, 2018 às 16h14

Sob o argumento de "zerar" o déficit público no primeiro ano de mandato, equipe de Bolsonaro articula um plano de liquidar de vez com o pré-sal — maior riqueza do Brasil — entregando-o completamente ao capital internacional

Bolsonaro pré-sal petróleo brasileiro aos estrangeiros

247

Sob o argumento de “zerar” o déficit público no primeiro ano de mandato, a mesma promessa oca do governo Temer, a equipe de Jair Bolsonaro articula um plano de liquidar de vez com o pré-sal entregando-o completamente às petroleiras internacionais.

Um dos motos do golpe de Estado de 2015/16 foi o déficit público do governo Dilma, com promessas de que ele seria zerado imediatamente -e em 2017, o déficit foi de nada menos que R$ 124 bilhões, isso sem contar o dinheiro entregue aos bancos e rentistas como juros da dívida pública. O governo Temer iniciou a entrega do pré-sal sob o mesmo argumento, e o déficit continua onde estava.

Segundo as contas feitas em conjunto pela equipe de Temer e a de Bolsonaro, segundo o jornal Valor Econômico, apontam para uma arrecadação total de R$ 90 bilhões, sendo que R$ 60 bilhões irão para a União e outros R$ 30 bilhões para a Petrobras. Essa arrecadação não zera o déficit primário nem faz cócegas no monumental déficit da dívida pública federal, que chegou a R$ 3,55 trilhões em 2017 (endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior). O pagamento dos juros da dívida pública, entregue aos bancos e rentistas custou ao país mais de R$ 462 bilhões em 2017 (aqui).

Ou seja, os R$ 90 bilhões que a equipe de Temer/Bolsonaro pretende arrecadar com a entrega do pré-sal está longe de fazer frente ao déficit público e, sobretudo, ao pagamento de juros para os bancos e rentistas. O déficit primário estimado para 2019 está em R$ 139 bilhões e os juros da dívida pública podem custar algo perto de R$ 400 bilhões.

Qual o plano dos bolsonaristas?

Vender o que for necessário do patrimônio do país -eles estimam em 1/3 das empresas estatais- se necessário aprofundar o teto de gastos sociais e atacar o funcionalismo público, eliminando ministérios, tirando o Estado de segmentos como saúde e educação, cortando salários e com programas de demissão em massa.

É o oposto do projeto de Fernando Haddad. Ele promete retomar o pré-sal, não irá privatizar estatais e quer retomar o equilíbrio fiscal gradualmente. Para isso, Haddad aposta em três condições: crescimento da atividade econômica, da renda e do emprego, que elevam a receita do governo federal.

Leia também:
Quem ganha com a atual política de preços dos combustíveis?
“A maior corrupção da história da humanidade” é dinheiro de troco na escala mundial
A nova política de preços que desencadeou a crise dos combustíveis
Petrobras entrega R$ 10 bilhões para norte-americanos e caso vai parar na Justiça
Como os EUA passaram a controlar a Petrobras e a JBS
A quem interessa o discurso de que a Petrobras estaria quebrada?
Investigação sobre rombo da Petrobras no período FHC é desengavetada
A espionagem dos EUA contra a Petrobras
Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC
Lula: “Se eu tivesse seguido FHC, o Brasil tinha quebrado”

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS