A mesma urna eletrônica que consagrou seu filho como o deputado federal mais votado do Brasil e que colocou o seu partido na condição de detentor da 2ª maior bancada da Câmara
Mal havia sido proclamado o resultado do 1º turno da eleição presidencial de 2018 e Jair Bolsonaro já disseminava a sua primeira fake news do segundo turno.
Em seu primeiro pronunciamento, o candidato voltou a questionar as urnas eletrônicas e disse que, se não houvessem ocorridos problemas ao longo da votação, teria sido eleito presidente.
“Recebemos muitas críticas de urnas. Algumas pessoas votavam para governador e se encerrava o voto. Outras apertavam o 1 e aparecia o candidato da esquerda [Haddad]”,’ disse Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo transmitida em seu perfil no Facebook.
“Se esse problema não tivesse ocorrido, se tivesse confiança no sistema eletrônico, já teríamos o nome do novo presidente. O que está em jogo é a nossa liberdade”, afirmou.
Bolsonaro esquece de mencionar que a mesma urna eletrônica que ele critica, consagrou seu filho, Eduardo, como o deputado federal mais votado do Brasil e colocou o seu partido, PSL, na condição de detentor da 2ª maior bancada da Câmara.
O pronunciamento de Bolsonaro foi feito ao lado de Paulo Guedes, seu guru econômico e provável ministro da Fazenda caso seja eleito.
Bolsonaro referia-se a vídeos falsos
Ao longo do dia circulou pelas redes sociais um vídeo de uma suposta urna em que, ao ser digitado o número “1”, a urna completaria automaticamente com o “3”, para formar o número do candidato do PT.
Ainda durante o dia, a Justiça Eleitoral afirmou que o vídeo é falso e que não há registro de urna com esse problema.
Minutos após a fala de Bolsonaro, a ministra Rosa Weber, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou que eventuais acusações de fraudes nas urnas eletrônicas devem ser enfrentadas com “tranquilidade”.
Segundo Rosa Weber, o TSE atuará nesses casos apenas de houver representação formal à Justiça.
“Preocupação sempre nós temos, mas nós temos que enfrentar nossas preocupações com tranquilidade. Num estado democrático de direito, o bom é isso, que as pessoas possam se expressar”, disse. “As pessoas têm direito a ter suas opiniões”, afirmou a ministra.
Em um dos vídeos que viralizou nas redes sociais, um eleitor de Bolsonaro filma a urna eletrônica e digita ’17’, mas na tela aparece ‘voto nulo’. No entanto, o fã do capitão digitou o número no local destinado ao candidato a governador.
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