Redação Pragmatismo
Eleições 2018 10/Out/2018 às 10:56 COMENTÁRIOS
Eleições 2018

Fãs de Bolsonaro nunca entenderam as letras do Pink Floyd

Publicado em 10 Out, 2018 às 10h56

Os fãs de Bolsonaro que se surpreenderam no show de Roger Waters ao verem o nome de seu ídolo político numa lista de neofascistas demonstram que pagam 400 reais sem saber o que estão comprando. Exatamente como fazem com seu candidato

Roger Waters Pink Floyd Bolsonaro
Roger Waters

Kiko Nogueira, DCM

Roger Waters, o ex-baixista e band leader do Pink Floyd, é hoje um dos últimos roqueiros ativistas num mundo dominado por gatos gordos ex-alcoólatras com implantes de cabelo fazendo turnês para sustentar filhos ilegítimos.

Faz muito tempo que ele denuncia o avanço da extrema direita no mundo em seus shows.

Os fãs de Jair Bolsonaro que se surpreenderam no Allianz Parque com o nome de seu ídolo numa lista de neofascistas demonstram que pagam 400 reais sem saber o que estão comprando.

Exatamente como fazem com seu candidato.

Após “Eclipse”, Waters ainda exibiu no telão a hashtag #EleNão. Foi vaiado e aplaudido.

“Sou contra o ressurgimento do fascismo. E acredito nos direitos humanos”, falou ao microfone.

“Prefiro estar num lugar em que o líder não credita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e foi feio”.

Chamou Trump, ídolo dessa galera, de porco num set com repertório do disco “Animals”, baseado na “Revolução dos Bichos”, de George Orwell.

Seguidores do mito o acusam de desrespeitar o Palmeiras e seu suíno símbolo. É sério.

Waters é o inimigo público número um de Israel, onde Bolsonaro foi “batizado” pelo pastor Everaldo, terra prometida de todo evangélico fundamentalista.

Denuncia os crimes contra os palestinos e o que chama de apartheid no Oriente Médio.

Já se referiu aos muros dos assentamentos de colonos como “obscenidades que deviam ser derrubadas”.

“Você pode atacar a política de Israel sem ser anti-judeu…”, diz ele. “É como afirmar que, se você falar mal dos Estados Unidos, está sendo anti-cristão”.

“Meu pai morreu lutando contra os nazistas. Antes disso, ensinou história em Jerusalém. Faleceu na Itália em 1944, lutando contra a ameaça do nazismo. Não venham pregar sobre antissemitismo ou direitos humanos para mim”.

Talvez ninguém represente melhor o idiota coletivo bolsonarista do que Rogério Chequer, o fundador do Vai Pra Rua que concorreu a alguma coisa e perdeu.

“Quando você vai no show do Roger Waters, ídolo seu, e vê na tela de 70m que ‘Facism in Brazil is… Bolsonaro’ você confirma que há algo muito MUITO errado”, chorou nas redes sociais, reclamando de “quem só procura enganar”.

“The Wall” foi lançado há 40 anos. Está tudo lá. Esse bando de mané ficou fumando maconha ligado na sonzeira sem prestar atenção nas letras. Culpa da Lei Rouanet, claro.

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