Fernando Haddad e Jair Bolsonaro concederam entrevista ao vivo no Jornal Nacional nesta segunda-feira (8). Veja como eles se saíram
Na primeira segunda-feira após o pleito que levou Fernando Haddad e Jair Bolsonaro ao segundo turno da eleição presidencial, o Jornal Nacional, da Rede Globo, fez uma entrevista de cerca de seis minutos com cada um dos candidatos. O primeiro a falar foi o petista.
Haddad saudou os eleitores que o levaram ao segundo turno e a possibilidade de poder discutir ideias e plano de governo. “Vamos poder confrontar apenas dois projetos, e vai ficar muito mais clara a você a natureza de cada um dos projetos. Nós do lado da social-democracia, do Estado de bem-estar social, que garante o direito do cidadão, do trabalhador, que cumpre a Constituição de 1988”, disse. Segundo ele, o projeto “visa a gerar empregos e oportunidades educacionais”.
Ele destacou o fato de estar há menos de um mês em campanha e ter conseguido 29% dos votos, o que significa aproximadamente 30 milhões de eleitores. Reafirmou que representa um ideário de “carteira de trabalho assinada numa mão e um livro na outra”.
Haddad defendeu “espírito desarmado para promover desenvolvimento com inclusão social” . “Desenvolvimento para poucos não é desenvolvimento”, disse.
O candidato do PT foi questionado pela apresentadora Renata Vasconcellos sobre sua posição de fazer reformas estruturais a partir de uma Assembleia Constituinte, não prevista na Constituição.
Respondeu que o posicionamento sobre o tema foi revisto pela coordenação da campanha, e que as reformas, caso seja eleito, serão feitas por emenda constitucional. A primeira reforma será a tributária. Justificou que o pobre paga proporcionalmente mais imposto do que o rico e reafirmou que seu eventual governo dará isenção de Imposto de Renda a quem ganha até cinco salários mínimos.
A segunda reforma seria a bancária, para diminuir a concentração de bancos no país. E a terceira emenda seria para revogar o teto de gastos instituído pelo governo Michel Temer, que congela investimentos estatais em saúde, educação e segurança por 20 anos.
Haddad também foi questionado a respeito de declarações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que, recentemente, declarou que “é uma questão de tempo para tomar o poder e vamos tomar, (o que é) diferente de ganhar uma eleição“.
O petista respondeu que Dirceu “não participa” da campanha e “não participará de meu governo”. Acrescentou que “a democracia está sempre em primeiro lugar”.
Bolsonaro
Em sua entrevista, o candidato do PSL agradeceu as lideranças que, segundo ele, são importantes na sua campanha: as lideranças evangélicas, o agronegócio, os agricultores, caminhoneiros, policiais civis e militares, integrantes das Forças Armadas, além da “família brasileira”. Ele também apelou para a questão moral dizendo que “a inocência da criança na sala de aula deve estar em primeiro lugar”.
Ardiloso, tomou a dianteira num ponto que passou despercebido por Haddad: o candidato da extrema-direita mencionou as “fake news” das quais disse ser vítima.
O que se sabe é que sua campanha foi a principal disseminadora de notícias falsas no primeiro turno, até agora não apuradas nem combatidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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