Diante de 45 mil pessoas em São Paulo, Roger Waters inclui Bolsonaro em lista mundial de neofascistas. Cantor ouviu vaias e aplausos, não se intimidou e criou clima tenso em show
Em seu primeiro show no Brasil, o eterno líder do Pink Floyd, Roger Waters, fez jus a quem esperava dele um posicionamento político, marca que sempre caracterizou aquela que é considerada uma das maiores bandas de todos os tempos.
Na apresentação da turnê “Us+them”, nessa terça-feira (9) à noite, na Arena Palmeiras, em São Paulo, o músico arrancou aplausos e vaias ao se manifestar contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.
Crítico do presidente norte-americano, Donald Trump, Roger Waters fez referências diretas e indiretas ao político brasileiro.
Em um intervalo após a execução da clássica “Another brick in the Wall”, foram exibidas imagens de macacões de cor laranja, típicos de prisioneiros norte-americanos, com a inscrição “Resist” (resista, em inglês) nas costas.
Em outro momento, o telão exibiu vários slides com exemplos de personagens e tendências que merecem resistência, como o “neofascismo”. Na sequência foram mostrados países e líderes políticos onde o neofascismo estaria em ascensão. O Brasil aparece ao lado do nome de Jair Bolsonaro.
Depois da apresentação de “Eclipse”, o telão exibiu pela primeira vez a inscrição #Ele não, em referência à campanha iniciada por mulheres nas redes sociais contra o candidato do PSL. Roger Water recebeu vaias e aplausos do público durante pelo menos três minutos.
O músico disse que não tinha nada a ver com a eleição no Brasil, mas que não poderia deixar de se posicionar. “Eu sou a favor dos direitos humanos”, discursou ao fazer agradecimento ao público. “Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e não foi bonito”, ressaltou.
Esta não é a primeira vez que Waters faz referência a um político brasileiro. Em maio do ano passado, dias após a revelação da gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, ele publicou uma foto de Temer no Facebook questionando se era essa a vida que “queremos”.
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