Cliente tenta ajudar mulher que estava apanhando do namorado, é atropelado e fica gravemente ferido: ele está há 2 meses em cima de uma cama. Agressor permaneceu solto e ainda ameaçou e tentou matar mulher outras vezes
Alan Lourenço de Campus passou 2 meses em liberdade apesar de ter cometido um crime bárbaro. E tudo foi filmado.
Na noite de 11 de setembro, câmeras de segurança flagraram Alan agredindo a namorada em uma conveniência de um posto de gasolina em Blumenau (SC).
A mulher leva tapas, é arrastada e tem os cabelos puxados. Clientes do estabelecimento tentam ajudar a vítima. Alan discute com eles e sai. A namorada agredida e os clientes voltam para o posto.
Instantes depois, Alan reaparece de carro, para o veículo a uma certa distância e começa a gritar com as pessoas. Ele engata uma marcha ré para ir embora, mas acelera violentamente em direção às pessoas. Nessa hora, atinge em cheio Wanderlei Kratz.
“Tive lesões, fratura exposta na perna esquerda. Na tíbia, o osso fraturou em pedaços. Quebrei em três lugares o ombro. Tive costela quebrada”, relatou. Também disse que não foi procurado por ninguém para ajudá-lo.
Wanderlei Kratz passa os dias em uma cama há dois meses porque não consegue andar.
Prisão
Em 5 de outubro, a Polícia Civil pediu a prisão do agressor, mas a Justiça negou o pedido. O processo corre em segredo de Justiça. Na última sexta-feira (23), finalmente, Alan Lourenço foi preso dentro da própria casa após uma nova denúncia da namorada.
Durante o período que permaneceu em liberdade, a namorada de Alan relata que continuou sendo agredida por ele. Quando a mulher denunciou o namorado, ele publicou fotos em uma rede social mostrando uma arma e mandou mensagens de áudio ameaçando matá-la.
A delegada Patrícia Zimmermann, coordenadora das delegacias da mulher em Santa Catarina, deu a seguinte declaração:
“Ela é uma vítima de uma das formas mais difíceis de você contextualizar, que é a violência psicológica. Todos os casos de feminicídio que a gente tem estudado têm um antecedente de agressão, de violência. Então o que que a gente pede: compreensão com essa vítima e encaminhamento aos programas de ajuda […] A gente tem que meter a colher sim. A gente tem que se meter no meio dessa briga porque você tem que interromper aquele ciclo de violência”.
Responsável pelo caso, o delegado David Sarraff afirmou que Alan responderá por lesão, ameaça, porte de arma e danos provocados no apartamento da namorada. O agressor quebrou eletrodoméstico e móveis no local.
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