A economia em crise é como o Titanic afundando, os mais pobres se afogam primeiro, mais depois a água chega na classe do meio do barco e atinge até a cobertura
Wallison Ulisses Silva dos Santos*, Pragmatismo Político
A classe média no Brasil vive uma época curiosa. Há poucos anos saiu da pobreza, comprou um carro, uma casa, ganha entre 2 mil e 5 mil e acredita que devido a meritocracia conquistou tudo o que tem hoje como se fosse uma ilha isolada dos fenômenos econômicos e sociais.
A grande descoberta que o Brasil não fez ainda é que o sistema capitalista por mais que ele tenda a gerar pobreza ele não sobrevive sem o pobre. O que isso significa?
Imagina o governo reduzindo os seus gastos com obras, assim menos trabalhadores são contratados. Também pode ocorrer do governo cortar gastos com políticas sociais como o FIES, PROUNI e Bolsa Família, assim menos pessoas terão dinheiro para consumir, logo o pequeno mercado da esquina venderá menos, a pequena faculdade terá menos alunos, pois poucos conseguirão pagar por uma faculdade, a loja de roupa popular venderá menos, pois o seu público C, D e E estão com renda menor.
Mais ai você pode pensar “E daí?! Eu compro no grande mercado e estudo em uma faculdade grande”. Todavia o pequeno mercado que agora vende menos, comprará menos do grande mercado e a pequena loja de roupas demitirá funcionários que agora também irão consumir menos.
A economia em crise é como o Titanic afundando, os mais pobres se afogam primeiro, mais depois a água chega na classe do meio do barco e atinge até a cobertura do barco.
É claro que existem os 10% ou 1% mais ricos do barco que correm para um bote salva vida e ficam apenas olhando o navio afundar como se nada tivesse ocorrido, mas não se engane, você não está nesse grupo e não há botes salva vidas para você.
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*Wallison Ulisses Silva dos Santos é graduado em Economia pela UFMT e em Administração pela UNIP, mestre em Economia pela UFMT, coordenador e Professor da Faculdade INVEST Cuiabá e colabora para Pragmatismo Político
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