"Vídeo. Abuso. Choro. Desespero. Facada. Dor. Exposição. Maldade. Muita dor…", desabafou a repórter da Globo ao descrever as primeiras impressões que teve ao ver as imagens. Em seguida, ela relata a "pressão" por um pronunciamento oficial sobre o vídeo
O vídeo que revelava um suposto assédio a uma repórter da TV Globo gerou grande repercussão nas redes sociais nesta semana.
A partir do ângulo das imagens divulgadas, parecia que um auxiliar de filmagem estava passando a mão na bunda de Fabíola Andrade, repórter da TV Globo, durante o jogo entre Corinthians e Vasco, no último sábado (17).
Outras imagens mostraram, porém, que o homem estava apenas enrolando o cabo de um equipamento. A repórter divulgou um desabafo relatando momentos de “choro e desespero”.
Ao comparar as imagens, Fabíola concluiu que não foi abusada. “Conversei com o meu colega que trabalha comigo há cinco anos. Ele me procurou várias vezes hoje. Para mim não aconteceu assédio ou abuso. Ele estava manuseando o cabo de áudio que fica preso à minha roupa durante a transmissão, situação comum em dias de jogos”, explicou.
Em um texto publicado em sua conta no Facebook, Fabíola relata tudo o que sentiu desde a madrugada de domingo (18) para segunda-feira (19), quando um primeiro vídeo começou a circular nas redes sociais.
“Vídeo. Abuso. Choro. Desespero. Facada. Dor. Exposição. Maldade. Muita dor…”, escreveu Fabíola ao descrever as primeiras impressões que teve ao ter contato com o vídeo. Em seguida, ela relata a “pressão” por um pronunciamento oficial e muitos pedidos de entrevistas sobre o caso.
Em seguida, a jornalista começa a relatar a resolução do mal-entendido e cita uma ligação do profissional envolvido. Em seu texto, Fabíola conta que o colega de trabalho se defendeu das acusações. Na conclusão, a repórter da TV Globo relata a “injustiça” sofrida pelo auxiliar após o novo vídeo se revelar.
Veja a íntegra do relato da repórter:
24 horas
Vídeo. Abuso.
Choro. Desespero. Facada. Dor. Exposição. Maldade.
Muita dor…
Mensagens. Poucas.
Carinho. Abraço. Choro. Tristeza.
Amanhece. Pressão. Condenação. Culpado! Nojento. Absurdo. Entrevistas? Eu? Nota de repúdio. Posta! Gritos. Risos. Maldade. Revolta.
Silêncio. Dor. Solidão.
Choro.
“Ouve o coração”
Esquece o vídeo. Não leia nada mais.
Não ouça.
“Ouve o seu coração”
Pressão. Ligação. Mensagens. Muitas. Centenas. Tensão. Reunião. Indignação. Entrevistas? Mais? Gritaria.
Choro. Dor. Decepção.
Silêncio.
Uma ligação. É ele. Atende! Pra quê?
“Ouve o seu coração”
Não fez? “Não fiz, juro! Nunca”
Choro.
Desespero. Medo. Julgamento.
Mas eu?
Julgar?
Fez sim! Olha o vídeo! Abusador. Vagabundo.
Não fez. Ele me disse. Eu senti.
Não fez.
Não merece.
Injustiça.
Dor. Choro. Desespero.
Novo vídeo.
Não fez. Não fez. Eu sei que não fez. Senti.
Falei. Postei.
Acabou. Não leia mais nada.
Acabou. Choro. Alívio.
Fome. Sono. Cansaço. Exaustão.
Justiça.
Amor.
Diálogo.
Respeito e confiança.
Acabou.
A TV Globo também divulgou uma nota de esclarecimento:
“A Globo e o SporTV esclarecem que, durante a partida entre Corinthians e Vasco da Gama disputada no último sábado pelo Campeonato Brasileiro, foram veiculadas imagens que deram margem a interpretações equivocadas. Os profissionais envolvidos foram ouvidos e as imagens foram analisadas com cautela. Diferentes ângulos e imagens com qualidade melhor mostram nitidamente que o auxiliar de câmera está manipulando os cabos do microfone e que não houve qualquer desrespeito, o que já foi reconhecido pela própria repórter em suas redes sociais”.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook