A história da surpreendente amizade entre o líder nazista Adolf Hitler e uma menina de origem judia
Quem vê a foto do líder nazista Adolf Hitler, cujo governo promoveu o assassinato de 6 milhões de judeus, abraçado com uma sorridente garotinha, nem imagina a complexa história por trás da imagem.
A menina da foto é Rosa Bernile Nienau, à época com cerca de 6 anos, cuja avó era judia. Nesta semana, a foto dos dois, feita por Henrich Hoffmann, fotógrafo pessoal de Hitler, foi leiloada nos Estados Unidos por US$ 11,5 mil, o equivalente a R$ 43 mil.
A informação foi divulgada pela casa de leilões Alexander Historical Auctions, do Estado de Maryland.
“Hitler era frequentemente fotografado com crianças, para fins de propaganda. O surpreendente da foto é que parece que ele tinha uma afinidade genuína com a menina”, disse o leiloeiro Bill Panagopulos ao jornal Daily Mail. Ele revelou ainda que a foto, autografada, nunca havia sido vista pelo público.
A história de amizade
Hitler e Bernile, como a menina era conhecida, faziam aniversário no mesmo dia, 20 de abril. O fato é o que parece ter unido os dois.
Segundo o site de leilões, a menina e sua mãe, Karoline, estavam no meio de uma multidão que se juntou na frente da casa de Hitler nos Alpes no aniversário dele em 1933.
Acredita-se que, quando o líder nazista soube que a pequena fazia aniversário naquele dia, convidou ela e a mãe à residência, onde a foto foi tirada.
Relatos históricos mostram que a menina viria a se encontrar com ele e até se corresponder por cartas diversas vezes com “tio Hitler”, como ela o chamava, até 1938.
Pouco tempo depois, no entanto, a informação de que a avó da menina era judia veio à tona, fazendo com que Bernile também o fosse, aos olhos do regime nazista.
Hitler, porém, manteve sua amizade com a menina e chegou a enviar uma cópia autografada da fotografia a ela. “A querida (e atenciosa?) Rosa Nienau. Adolf Hitler. Munique, 16 de junho de 1933”, diz o texto.
Bernile escreveu a Hitler e a seu assessor, Wilhelm Bruckner, em ao menos 17 ocasiões, entre 1935 e 1938.
Até que Martin Bormann, secretário privado do líder nazista, pediu que ela interrompesse a correspondência, o que teria irritado Hitler.
“Algumas pessoas têm um verdadeiro talento para arruinar as minhas alegrias”, teria dito a Hoffmann, segundo o livro “Hitler Era Meu Amigo”, escrito pelo fotógrafo.
Na publicação, de 1955, Hoffmann incluiu uma segunda foto de Hitler e Bernile com a seguinte legenda: “o amor de Hitler: ele ficava encantado em vê-la, até que algum intrometido descobriu que ela não era de ascendência ariana”.
Um ano depois de as correspondências terem sido interrompidas, a Segunda Guerra Mundial começou. A menina não sobreviveu ao conflito. Morreu de pólio aos 17 anos, em 1943, em um hospital de Munique.
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