Após delatar Lula e Dilma, Palocci vai para casa
Antonio Palocci é beneficiado após delatar Lula e Dilma. Desembargadores do TRF-4 concordaram em concedê-lo o benefício da prisão domiciliar e redução de pena
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) votou nesta quarta-feira (28) por conceder prisão domiciliar a Antonio Palocci, condenado na Lava Jato por negociar propina com a Odebrecht.
A sessão ainda não foi finalizada, mas dois dos três desembargadores da 8ª turma do TRF-4 já concordaram em conceder o benefício a Palocci.
Um deles é o desembargador João Pedro Gebran Neto, amigo pessoal de Sergio Moro e relator do processo que determinou a prisão de Lula. O outro é Leandro Paulsen, responsável por acelerar o processo do ex-presidente de forma ilegal (relembre aqui).
No processo em questão, a Justiça condenou Palocci por ter interferido para favorecer a Odebrecht em contratos para a construção de navios-sonda para a Petrobras e movimentado uma “conta corrente” de propinas da construtora para o PT.
Parte desses recursos — US$ 10,2 milhões (aproximadamente R$ 40 milhões, no câmbio atual) — teria sido paga pela Odebrecht no exterior ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Palocci também é réu em mais dois processos da Lava Jato. Em um deles, ele responde por envolvimento no esquema do suposto pagamento de propina pela Odebrecht ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na forma de um terreno em São Paulo e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP).
O caso está pronto para receber a sentença em primeira instância na Justiça Federal do Paraná.
“Desespero por redução de pena”
As delações de Palocci não foram inicialmente aceitas pela Lava Jato porque, segundo os investigadores, não estavam embasadas em provas.
Ainda no ano passado, ao ser questionado sobre ter sido delatado por Palocci, o ex-presidente Lula comentou: “Ele está desesperado para obter redução de pena”.
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