Barbárie

Homem que decapitou namorada grávida é condenado a 25 anos de prisão

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Feminicídio: namorado que matou, decapitou e postou a foto da cabeça da companheira grávida no Facebook é condenado. Vítima tinha 16 anos quando morreu

Fórum Criminal

José Ramos dos Santos foi condenado por júri popular a mais de 25 anos de prisão, em regime fechado, por matar e decapitar a namorada grávida, Shirley Souza.

O crime, que teve requintes de crueldade, aconteceu no ano de 2015 em São Paulo. Na época, a vítima tinha 16 anos e o assassino 23.

José chegou a postar a foto da cabeça da namorada no Facebook e ainda levou o crânio dela dentro de uma mochila até uma delegacia.

“Me traiu na véspera de Natal. Traição dá nisso. Mentiras…odeio”, disse José Santos, em mensagem postada ao lado da foto da cabeça de Shirley na conta pessoal dele no Facebook. “Matei ela, agora ela vai me trair no inferno.”

Nas redes sociais, o homem se identificava como “Zél Past Troubled” (algo como “Zél Passado Perturbado”) e a foto de capa do seu perfil era a do personagem Jigsaw, o assassino dos filmes “Jogos Mortais”.

José alegou que assassinou a namorada adolescente por desconfiar que a filha que ela esperava não era dele. Para isso, foi até a casa da vítima e a asfixiou. Depois cortou o pescoço dela com uma faca.

José Ramos dos Santos

Shirley estava grávida de seis meses. A bebê, que iria se chamar Nayara, também morreu. Testemunhas confirmaram que ele era o pai da criança.

Após três anos preso, José foi julgado e condenado pelos crimes de homicídio qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), aborto (pela morte da bebê), ocultação e destruição de cadáver.

A juíza Renata Mahalem da Silva Teles determinou o cumprimento da pena.

Detalhes do crime

José relatou que desconfiou que a bebê que Shirley esperava não seria dele. Quando a adolescente se preparava para tomar banho, o homem esganou a vítima. Ela ficou sem respirar, perdeu os sentidos e desmaiou.

O homem contou aos policiais que pensou que a namorada tinha morrido e decidiu decapitá-la com uma faca de cozinha. Depois enrolou e amarrou o corpo dela dentro de uma coberta e o colocou em atrás de um botijão de gás. Ele ainda limpou a casa para o irmão da vítima não desconfiar.

Com o passar do tempo, porém, o cadáver começou a exalar um cheiro forte e o homem decidiu levá-lo a uma viela, onde o corpo foi encontrado.

José guardou a cabeça de Shirley numa mochila. Ele percorreu 30 quilômetros de ônibus e foi até uma delegacia, onde mostrou o crânio da vítima e foi preso ao confessar o crime.

Ao ser perguntado se estava arrependido de ter matado a namorada, respondeu: “por um lado sim, por outro não”.

José Santos conversa por mensagens com amiga de Shirley Souza

Feminicídio

O feminicídio é uma das qualificadoras do homicídio. Foi criado em 9 de março de 2015, dias antes do crime cometido por José.

A nova lei passou a estabelecer que assassinato cometido por causa da condição de gênero da vítima é feminicídio. Nesse caso a pena é mais dura para quem o comete esse crime hediondo.

“O delito foi praticado contra mulher, por razões de gênero, no contexto de violência doméstica”, disse a juíza Renata Mahalem da Silva Teles, na sentença que condenou José Santos.

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