Delegado conclui inquérito sobre morte de Daniel Corrêa e indicia 7. Jogador morreu aos poucos e ouviu a própria sentença de morte. Juninho Riqueza é chamado de 'psicopata'
O inquérito da morte do jogador de futebol Daniel Corrêa, de 24 anos, foi concluído nesta quinta-feira (22). O atleta morreu no dia 27 de outubro.
Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso chamou de “psicopata” o empresário Edison Brittes, popularmente conhecido como Juninho Riqueza.
“Psicopata. Ele é doente. Agir com essa ausência de remorso, essa frieza. Ele mata, pede que limpe a casa e ainda pede para fazerem comida. Ele consegue se alimentar mesmo depois de tudo”, afirmou Amadeu Trevisan.
Trevisan disse que o inquérito tem 370 páginas. Juninho Riqueza foi indiciado por homicídio qualificado, junto com outros três suspeitos. Outras quatro pessoas que estavam na casa em que Daniel morreu também foram indiciadas, mas por outros crimes.
Juninho está preso e deve ter sua prisão temporária prorrogada a pedido da promotoria. Cristiana Brittes teve a prisão domiciliar negada pela Justiça na última semana.
“Ele é um criminoso que acredita na impunidade. Ele é inconsequente”, disse o delegado. “Quem pratica um crime assim no meio de tantas pessoas para se mostrar e mostrar que era o bom? Ele é um homem perigoso e deve permanecer preso. Em liberdade ele representa risco para as testemunhas.”
Sentença de morte
O delegado Trevisan descreveu com detalhes os momentos que precederam a morte de Daniel.
“Ele morreu aos poucos. Ele começa apanhando no quarto, onde o Edison é ajudado pelos demais. Ele apanha na calçada. Estamos falando de tortura, porque ele se afoga no próprio sangue. Ele não morre no carro, ele chega vivo à Colônia Mergulhão. Deve ser difícil a pessoa ouvir a própria sentença de morte. O Daniel ouviu. Quando colocaram ele no veículo o Edison disse que ia capar e dar um fim nele”, disse Trevisan.
A lista dos indiciados:
Edison Brittes – homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Eduardo da Silva – homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Ygor King – homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
David Willian da Silva – homicídio qualificado e ocultação de cadáver;
Cristiana Brittes – coação de testemunha e fraude processual;
Allana Brittes – coação de testemunha e fraude processual;
Eduardo Purkote – lesões graves.
Degola
Os laudos periciais da morte do jogador Daniel Corrêa também foram apresentados hoje. As autoridades chegaram à conclusão de que o jogador foi morto por degola parcial de sua cabeça. Os peritos não puderam esclarecer, no entanto, se Daniel já estava morto quando seu pênis foi cortado.
“A necropsia foi realizada pela médica legista Regina Gomes. Foi constatado que de fato a causa mortis foi a degola parcial. Chegou a haver a exposição da coluna cervical”, explicou o diretor do IML, Paulino Pastre.
O perito disse que não é possível confirmar qual corte foi feito primeiro, se o do pescoço ou o da região genital.
“Havia na região amputada coágulos e são evidências de que esta lesão ocorreu muito proximamente ao momento da degola, mas não há possibilidade de precisar quanto tempo. Não há possibilidade de se precisar qual lesão ocorreu primeiro, mas é possível que tenha ocorrido muito próximo. Não há como precisar se ele estava vivo quando emascularam o órgão, mas a causa da morte foi a degola”, afirmou Paulino Pastre.
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