Em entrevista para o Estadão em 2016, Sergio Moro proferiu a fake news de que "jamais entraria para a política". Na manhã de hoje, juiz aceitou convite para compor governo de Jair Bolsonaro – cuja campanha eleitoral foi marcada pela disseminação de notícias falsas
Em novembro de 2016, em sua primeira entrevista como juiz da Lava Jato, Sergio Moro afirmou ao jornal Estadão que jamais entraria para a política.
Na ocasião, o juiz federal, acusado principalmente pelo PT de perseguir o partido, declarou também que a Justiça era “questão de prova” e achava “errado tentar medir a Justiça por essa régua ideológica”.
“Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, disse Moro.
“Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco”, continuou.
Sobre suas motivações, Moro disse, na época: “No fundo, o juiz está cumprindo o seu dever. Minhas reflexões têm por base os casos já julgados, considerando os casos já julgados. Este caso que em seu início parecia um caso criminal, não vou dizer trivial, mas se transformou em um caso que diz respeito à qualidade da nossa democracia. Porque esse nível de corrupção sistêmica compromete a própria qualidade da democracia.”
Questionado sobre se prenderia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que acabaria por acontecer em abril deste ano, Moro disse: “Esse tipo de pergunta não é apropriado, porque a gente nunca fala de casos pendentes.”
Hoje, 1º de novembro de 2018, Sergio Moro oficializou a sua entrada para a política ao aceitar ser ministro da Justiça no governo Bolsonaro.
As declarações dadas há 2 anos por Sergio Moro se materializaram em fake news. E é curioso que ele passe a integrar um governo cujo candidato privilegiou-se de notícias falsas para chegar ao poder.
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