Redação Pragmatismo
Governo 22/Nov/2018 às 17:05 COMENTÁRIOS
Governo

Lei impede Bolsonaro de nomear filho ministro ou assessor

Publicado em 22 Nov, 2018 às 17h05

Jair Bolsonaro cogita nomear Carlos Bolsonaro para a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Indicação entraria em conflito com a Lei anti Nepotismo

Lei nepotismo Bolsonaro nomear filho Carlos Bolsonaro ministro
Carlos Nantes Bolsonaro (reprodução)

Poder 360

Há várias especulações na mídia sobre Jair Bolsonaro indicar seu filho Carlos para comandar a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Todas essas notícias desconsideram um fato impeditivo: tal nomeação seria considerada nepotismo perante a legislação brasileira e o presidente eleito poderia enfrentar uma ação na Justiça.

Carlos Bolsonaro, 35 anos, é vereador na cidade do Rio de Janeiro. Está em licença há alguns meses e cuida da comunicação do pai, sobretudo dos post nas redes sociais do militar.

O já indicado secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse em entrevista que Carlos “é uma pessoa que sempre esteve à frente dessa comunicação. Desenvolveu um trabalho brilhante. E talvez sem ele, a campanha não tivesse se desenvolvido tão bem. Isso será discutido ainda com ele, com o presidente, e esse nome será encontrado”.

O vereador fluminense negou no Twitter que pudesse assumir a função:

Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo

Mas a mídia seguiu especulando a respeito, sobretudo porque o próprio presidente eleito sustentou a hipótese da nomeação numa entrevista ao site “Antagonista”, publicada ontem (21.nov.2018) no fim do dia.

O cara [Carlos] é uma fera nas mídias sociais. Tem tudo para dar certo”, disse Bolsonaro. Afirmou também que pretende ter 4 ministérios dentro do Palácio do Planalto —hoje há a Casa Civil, Secretaria Geral, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional. A Secom não tem esse status e poderia voltar a ter na administração bolsonarista.

Ocorre que a lei impede que Bolsonaro nomeie um filho, seja como assessor ou ministro, pois isso seria considerado nepotismo. Essa proibição está expressa na súmula vinculante 13, expedida pelo STF em 2008:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Interpretações Diversas

Há uma possibilidade, remota, de Bolsonaro nomear um filho ministro de Estado. Nesse caso, o parente seria um “agente político” e não um “funcionário”. Essa situação já ocorreu em alguns Estados da Federação. Nunca houve algo semelhante em nível federal pós-decisão do STF sobre nepotismo. Certamente a oposição partiria para cima e o caso teria de ser decidido pelo Supremo.

Veja algumas reações no twitter:

Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo
Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo
Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo
Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo
Lei impede Bolsonaro de nomear filho Carlos Bolsonaro ministro ou assessor nepotismo

Leia também: Bolsonaro empregou a esposa, a ex e outros familiares na Câmara

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS