67 críticos de 24 países foram consultados para elaborar o ranking dos 100 melhores filmes de todos os tempos não falados em inglês. Apenas 1 brasileiro entrou para a lista
As já famosas listas de cinema da BBC ganharam mais uma edição. Depois de seleções como a de 100 Maiores Filmes Americanos e de 100 Melhores Filmes do Século 21, agora foi a vez de os críticos convidados pela rede britânica elencarem os 100 Melhores Filmes Estrangeiros –como eles se referem às películas não faladas em inglês.
Os 100 filmes eleitos são dirigidos por 67 cineastas de 24 países e falados em 19 idiomas diferentes. Para a formulação da lista, a BBC convidou 209 críticos de 43 países diferentes.
A língua francesa predominou: 27 dos filmes mais bem cotados são falados em francês, seguidos por 12 em mandarim e 11 em italiano e japonês. No outro extremo da escala, várias línguas foram representadas por apenas um filme, como o português (Cidade de Deus), o romeno (4 meses, 3 semanas e 2 dias) e o wolof, dialeto senegalês (A Viagem da Hiena).
Analisando o resultado, um destaque negativo é a escassez de filmes dirigidos ou codirigidos por mulheres, com apenas 4 título. Entre os críticos convidados, as mulheres representavam 45%.
Nessa pequena amostra está o brasileiro Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, que ficou na 42ª posição, na frente de grandes e aclamados clássicos, como Stalker (de Andrei Tarkovsky), Jules e Jim – Uma Mulher para dois (François Truffaut), O Desprezo (Jean-Luc Godard), O Eclipse (Michelangelo Antonioni) e A Bela da Tarde (Luis Buñuel), por exemplo.
Curiosamente, o diretor com mais produções na lista não é o autor do vencedor. Quem aparece mais vezes é o sueco Ingmar Bergman, com 5 filmes, um a mais que o japonês Akira Kurosawa, que encabeça o ranking com Os Sete Samurais (1954). Amado em todo mundo, o diretor parece não fazer a cabeça de seus compatriotas. Entre os 6 críticos japoneses ouvidos, nenhum deles escolheu sequer um filme de Kurosawa.
Japão e Itália dividem a maior quantidade de filmes no top 10. Entre os japoneses, dois de Kurosawa (Os Sete Samurais e Rashomon) e um de Yasujirô Ozu (Era uma vez em Tóquio). Já entre os italianos, dois de Federico Fellini (A Doce Vida e Oito e Meio) e um de Vittorio de Sica (Ladrões de Bicicleta)
Veja aqui a lista completa:
100. Cinzas e Diamantes (Polônia, 1958) – Andrzej Wajda
99. Paisagem na Neblina (Grecia, 1988) – Theo Angelopoulos
98. No Calor do Sol (China, 1994) – Jiang Wen
97. Gosto de Cereja (Irã, 1997) – Abbas Kiarostami
96. Shoah (França, 1985) – Claude Lanzmann
95. Nuvens Flutuantes (Japão, 1955) – Mikio Naruse
94. Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (Irã, 1987) – Abbas Kiarostami
93. Lanternas Vermelhas (China, 1991) – Zhang Yimou
92. Cenas de um Casamento (Suécia, 1973) – Ingmar Bergman
91. Rififi (França, 1955) – Jules Dassin
90. Hiroshima Meu Amor (França, 1959) – Alain Resnais
89. Morangos Silvestres (Suécia, 1957) – Ingmar Bergman
88. Crisântemos Tardios (Japão, 1939) – Kenji Mizoguchi
87. As Noites de Cabíria (Itália, 1957) – Federico Fellini
86. La jetée (França, 1962) – Chris Marker
85. Umberto D (Itália, 1952) – Vittorio de Sica
84. O Discreto Charme da Burguesia (França, 1972) – Luis Buñuel
83. A Estrada (Itália, 1954) – Federico Fellini
82. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (França, 2001) – Jean-Pierre Jeunet
81. Céline e Julie vão de Barco (França, 1974) – Jacques Rivette
80. Os Esquecidos (México, 1950) – Luis Buñuel
79. Ran (Japão, 1985) – Akira Kurosawa
78. O Tigre e o Dragão (China – Taiwán, 2000) – Ang Lee
77. O Conformista (Itália, 1970) – Bernardo Bertolucci
76. E Sua Mãe Também (México, 2001) – Alfonso Cuarón
75. A Bela da Tarde (França, 1967) – Luis Buñuel
74. Pedro, o Louco (França, 1965) – Jean-Luc Godard
73. O Homem da Câmera (União Soviética, 1929) – Dziga Vertov
72. Viver (Japão, 1952) – Akira Kurosawa
71. Felizes Juntos (China, 1997) – Wong Kar-wai
70. O Eclipse (Italia, 1962) – Michelangelo Antonioni
69. Amor (França, Áustria, 2012) – Michael Haneke
68. Contos da Lua Vaga (Japão, 1953) – Kenji Mizoguchi
67. O Anjo Exterminador (México, 1962) – Luis Buñuel
66. O Medo Consome a Alma (Alemanha, 1973) – Rainer Werner Fassbinder
65. A Palavra (Dinamarca, 1955) – Carl Theodor Dreyer
64. A Liberdade é Azul (França, 1993) – Krzysztof Kieślowski
63. Primavera numa Pequena Cidade (China, 1948) – Fei Mu
62. A Viagem da Hiena (Senegal, 1973) – Djibril Diop Mambéty
61. Intendente Sansho (Japão, 1954) – Kenji Mizoguchi
60. O Desprezo (França, 1963) – Jean-Luc Godard
59. Vá e Veja (União Soviética, 1985) – Elem Klimov
58. Desejos Proibidos (França, 1953) – Max Ophüls
57. Solaris (União Soviética, 1972) – Andrei Tarkovsky
56. Amores Expressos (China, 1994) – Wong Kar-wai
55. Jules e Jim – Uma Mulher para dois (França, 1962) – François Truffaut
54. Comer Beber Viver (Taiwan, 1994) – Ang Lee
53. A Grande Testemunha (França, 1966) – Robert Bresson
52. Pai e Filha (Japão, 1949) – Yasujirô Ozu
51. Os Guarda-Chuvas do Amor (França, 1964) – Jacques Demy
50. A Atalante (França, 1934) – Jean Vigo
49. Stalker (União Soviética, 1979) – Andrei Tarkovsky
48. Viridiana (Espanha, México, 1961) – Luis Buñuel
47. 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Romênia, 2007) – Cristian Mungiu
46. O Boulevard do Crime (França, 1945) – Marcel Carné
45. A Aventura (Itália, 1960) – Michelangelo Antonioni
44. Cléo das 5 às 7 (França, 1962) – Agnès Varda
43. Bom Trabalho (França, 1999) – Claire Denis
42. Cidade de Deus (Brasil, 2002) – Fernando Meirelles e Kátia Lund
41. Tempo de Viver (China, 1994) – Zhang Yimou
40. Andrei Rublev (União Soviética, 1966) – Andrei Tarkovsky
39. Close-Up (Irã, 1990) – Abbas Kiarostami
38. Um Dia Quente de Verão (Taiwan, 1991) – Edward Yang
37. A Viagem de Chihiro (Japão, 2001) – Hayao Miyazaki
36. A Grande Ilusão (França, 1937) – Jean Renoir
35. O Leopardo (Itália, 1963) – Luchino Visconti
34. Asas do Desejo (Alemanha, 1987) – Wim Wenders
33. Playtime – Tempo de Diversão (França, 1967) – Jacques Tati
32. Tudo Sobre Minha Mãe (Espanha, 1999) – Pedro Almodóvar
31. A Vida Dos Outros (Alemanha, 2006) – Florian Henckel von Donnersmarck
30. O Sétimo Selo (Suécia, 1957) – Ingmar Bergman
29. Oldboy (Coreia do Sul, 2003) – Park Chan-wook
28. Fanny e Alexander (Suécia, 1982) – Ingmar Bergman
27. O Espírito da Colmeia (Espanha, 1973) – Víctor Erice
26. Cinema Paradiso (Itália, 1988) – Giuseppe Tornatore
25. Yi Yi (Taiwan, Japão, 2000) – Edward Yang
24. O Encouraçado Potemkin (União Soviética, 1925) – Sergei M. Eisenstein
23. A Paixão de Joana d’Arc (França, 1928) – Carl Theodor Dreyer
22. O Labirinto do Fauno (Espanha, México, Estados Unidos, 2006) – Guillermo del Toro
21. A Separação (Irã, 2011) – Asghar Farhadi
20. O Espelho (União Soviética, 1974) – Andrei Tarkovsky
19. A Batalha de Argel (Itália, Argélia, 1966) – Gillo Pontecorvo
18. A Cidade do Desencanto (Taiwan, 1989) – Hou Hsiao-hsien
17. Aguirre, a Cólera dos Deuses (Alemanha, 1972) – Werner Herzog
16. Metrópolis (Alemania, 1927) – Fritz Lang
15. A Canção da Estrada (Índia, 1955) – Satyajit Ray
14. Jeanne Dielman (Bélgica, 1975) – Chantal Akerman
13. M – O Vampiro de Düsseldorf (Alemanha, 1931) – Fritz Lang
12. Adeus, Minha Concubina (China, 1993) – Chen Kaige
11. Acossado (França, 1960) – Jean-Luc Godard
10. A Doce Vida (Itália, 1960) – Federico Fellini
9. Amor À Flor da Pele (China, 2000) – Wong Kar-wai
8. Os Incompreendidos (França, 1959) – François Truffaut
7. Oito e Meio (Itália, 1963) – Federico Fellini
6. Persona (Suécia, 1966) – Ingmar Bergman
5. A Regra do Jogo (França, 1939) – Jean Renoir
4. Rashomon (Japão, 1950) – Akira Kurosawa
3. Era Uma Vez em Tóquio (Japão, 1953) – Yasujirô Ozu
2. Ladrões de Bicicletas (Itália, 1948) – Vittorio de Sica
1. Os Sete Samurais (Japão, 1954) – Akira Kurosawa
Rafael Argemon, Huffpost
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