Âncoras da Globo e Band trocam farpas nas redes sociais
Desentendimento na grande mídia: comentário sobre os abusos sexuais de João de Deus provoca bate-boca entre âncoras da Globo News e da Band
Um comentário proferido em rede nacional por Fabio Panunzzio durante o Jornal da Noite, na Band, provocou a reação de Leilane Neubarth, âncora da Globo News e sua colega de profissão.
O jornalista da Band questionou o número de vítimas que denunciaram o médium João de Deus e acabou se tornando alvo de uma série de críticas.
“É difícil até dizer o que sinto quando ouço um comentário como este… Não sei se fico enjoada, revoltada ou com pena pela total falta de informação dele. Já passa de 500 o número de denúncias de abuso sexual contra João de Deus! E ele insiste em dizer que essas 506 mulheres estão mentindo. Denúncias em 16 estados brasileiros, mais Alemanha, Bélgica, Suíça e Bolívia”, escreveu Leilane Neubarth.
Panunzzio rebateu a jornalista da GloboNews. “Minha cara Leilane, eu sou daqueles que ainda acham que antes de publicar, é melhor se informar sobre o que você está falando. Lembre-se do Art. 14 do nosso Código de Ética. Se tivesse ligado para mim, como manda a boa norma, teria poupado seu público de tantas asneiras”, disse.
O jornalista ainda completou tentando se defender. “Eu jamais defendi o cara (João de Deus). Ele é um estuprador serial. Ele é um estuprador serial. Mas não são nem serão 506 vítimas. A informação está errada. O que nada ameniza os crimes cometidos por ele. Como eu disse, há muito trigo e pouco joio”, afirmou.
É difícil até dizer o que eu sinto quando ouço um comentário como este… não se se fico enojada, revoltada ou com pena pela total falta de informação dele… https://t.co/onWJH2ieBl
— Leilane Neubarth (@LeilaneNeubarth) 18 de dezembro de 2018
João de Deus
O médium João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.
O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.
O MP-GO (Ministério Público de Goiás) informou que já recebeu 506 relatos com acusações de abusos sexuais supostamente praticados por João de Deus.
Segundo o promotor de Justiça Luciano Miranda, que integra a força-tarefa formada para investigar as denúncias, 30 foram formalizados por meio de depoimentos colhidos presencialmente nos Estados.
Miranda disse que esses 30 casos apontam para a prática de três crimes que aconteciam de forma reiterada: estupro, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. O promotor afirmou ainda que vários desses relatos aconteceram nos últimos seis meses e, portanto, podem ser passíveis de punição.