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Marcelo Freixo fala publicamente sobre plano para assassiná-lo

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Deputado Marcelo Freixo reclama do poder público ao saber de um plano para assassiná-lo neste sábado (15). Investigação foi revelada pela Polícia Civil

Marcelo Freixo, eleito deputado federal (reprodução)

Fábio Góis, Congresso em Foco

O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) reclamou do poder público tão logo soube de um plano de milicianos fluminenses para assassiná-lo no próximo sábado (15), segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Presidente da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj), trabalho que teve início em 2008 e inspirou a realização do longa metragem “Tropa de Elite“, ele afirmou que a zona oeste do estado é “governada pelo crime“.

Por meio de nota (íntegra abaixo), Psol também responsabilizou as autoridades pela situação de “barbárie“, nas palavras do líder do partido na Câmara, Chico Alencar (RJ).

A revelação das apurações da Polícia Civil do RJ ocorre na véspera do nono mês da execução de vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, ainda sem elucidação. Essa ineficiência, que nutre a cultura da impunidade, faz com que criminosos se sintam à vontade para elaborar esse plano macabro de execução de Freixo“, diz trecho do documento.

O relatório com o plano de assassinato foi divulgado, com fotos dos suspeitos, para vários agentes das polícias Civil e Militar do Rio. Um policial militar e os dois comerciantes citados no documento são ligados a milicianos da zona oeste investigados pela execução da vereadora Marielle Franco (Psol), em março deste ano, e de seu motorista Anderson Gomes.

Por meio do Twitter, Freixo explicou o porquê de sua queixa em relação à omissão dos poderes constituídos e dos órgãos de segurança pública.

Desde 2008, quando presidi a CPI das Milícias, passei a contar com proteção policial por receber inúmeras ameaças concretas de morte. Apresentei medidas para o enfrentamento dos milicianos. O que foi feito? Nada“, escreveu.

Para quem ainda não leu o relatório da CPI das Milícias, disponibilizo aqui [veja a íntegra]. No dia 16 de dezembro esse trabalho completará 10 anos. Lamentável que nada tenha sido feito“, acrescentou Freixo, que se elegeu deputado federal em outubro passado.

Marcelo Freixo visitou a Câmara nesta quinta-feira (13). Depois do encontro com seus companheiros na liderança do Psol, ele deixou a Casa rumo ao aeroporto de Brasília. Depois do encontro com o correligionário, o líder Chico Alencar falou ao Congresso em Foco e classificou como barbárie a situação da segurança pública no Rio de Janeiro, quase um ano depois da intervenção federal no setor, por determinação do presidente Michel Temer (MDB).

Esse plano de assassinar o deputado Marcelo Freixo mostra que o crime continua muito forte no Rio de Janeiro e no Brasil, que há uma cultura da impunidade. Que o não desvendamento de quem matou Marielle e Anderson, e de quem mandou matar, estimula esse tipo de ação, de panejamento, de trama macabra inaceitável. Atinge a própria democracia“, disse o deputado fluminense.

Assista ao vídeo:

Veja a nota do Psol:

BANCADA DO PSOL RESPONSABILIZA AUTORIDADES NA PROTEÇÃO À MARCELO FREIXO

A bancada federal do PSOL na Câmara – tanto a atual quanto a próxima, que toma posse em fevereiro, da qual Marcelo Freixo faz parte – tomou ciência do plano para executá-lo durante reunião que fazia esta tarde, em Brasília.

A revelação das apurações da Polícia Civil do RJ ocorre na véspera do nono mês da execução de vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, ainda sem elucidação. Essa ineficiência, que nutre a cultura da impunidade, faz com que criminosos se sintam à vontade para elaborar esse plano macabro de execução de Freixo. A planejada barbárie vulnerabiliza também a nossa já frágil democracia: a trama letal seria praticada em agenda pública do nosso parlamentar no próximo fim de semana. O livre exercício do mandato é atingido, e isso é inaceitável.

A bancada federal do PSOL repudia esta trama, exige redobrada proteção a Marcelo Freixo, inclusive em Brasília, e cobra resultados da investigação que vitimou Marielle e Anderson. Exigirá agora providências do atual Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e, a partir de 1º de janeiro, das novas autoridades da República, notadamente o futuro Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. A responsabilidade pela proteção a Freixo e a tantos defensores de direitos humanos ameaçados é do Estado brasileiro.

O hediondo plano de execução de Freixo é a urdidura de um atentado contra o Estado Democrático de Direito. Merece repúdio de todos os que prezam pelos mais elementares princípios civilizatórios. E ação efetiva para evitar que tais tramas – de absurda continuidade – continuem a ser articuladas.

Chico Alencar, líder do PSOL na Câmara dos Deputados
Brasília, 13 de dezembro de 2018

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