Redação Pragmatismo
Tragédia 29/Jan/2019 às 11:43 COMENTÁRIOS
Tragédia

Funcionária da Vale denuncia: "A sirene estava na barragem errada"

Publicado em 29 Jan, 2019 às 11h43

Funcionária da Vale revela que testemunhou reuniões onde foi combinado fraude dos laudos e afirma que os diretores sabiam que a barragem estava sob risco, mas que a sirene de segurança foi colocada propositalmente na barragem errada

funcionária da vale

Em entrevista que não foi reproduzida pelos grandes veículos de comunicação, uma funcionária da Vale afirma que testemunhou reuniões onde foi combinado fraude nos laudos técnicos da barragem que ruiu em Brumadinho (MG).

A mulher servia café para executivos e diretores da Vale. “Lá dentro tinha trinca. A barragem estava sendo ameaçada e todo mundo sabia. Colocaram a sirene na barragem errada. Olha onde a sirene atuou”, desabafou.

No último domingo, dois dias depois do rompimento da barragem 1 em Brumadinho, moradores da cidade acordaram assustados por sirenes alertando a população sobre risco de rompimento da barragem 6, que não rompeu.

A barragem 6 é um depósito de água, com volume de 1 milhão de m³, e fica ao lado da barragem 1, de rejeitos de minério, que rompeu na sexta-feira.

Nas redes sociais, o vídeo com o desabafo da funcionária da Vale já repercute.

“A copeira da vale tem um discurso melhor do que o presidente do Brasil! Parabéns pela coragem de denunciar. Todos nós vamos morrer um dia e não sabemos quando. É melhor morrer gritando do que se acovardando e deixando as mazelas desse nosso sofrido país”, escreveu um internauta.

“Já servi café em muitas reuniões. De fato, ficamos invisíveis. Técnicos de informática e moças do café sabem de muitos podres”, publicou outra.

Vídeo:

Prisões

Dois engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 em Brumadinho foram presos na manhã desta terça-feira (29) em São Paulo. Em Belo Horizonte foram presas outras três pessoas “diretamente envolvidos e responsáveis pelo empreendimento minerário e seu licenciamento”, segundo o Ministério Público de Minas Gerais.

As ordens são de prisão temporária, com validade de 30 dias, e foram expedidas pela Justiça Estadual de Minas Gerais.

Os investigadores do Ministério Público e da polícia também apuram se documentos técnicos, feitos por empresas contratadas pela Vale e que atestavam a segurança da barragem que se rompeu, foram fraudados.

De acordo com o último balanço, divulgado na noite dessa segunda-feira (28), foram localizados 65 mortos e 279 pessoas continuam desaparecidas em decorrência do crime da Vale.

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