Homem está com graves problemas de saúde depois de vender um de seus rins para comprar um Iphone e um Ipad. Na China, caso reacendeu debate sobre transplantes clandestinos de órgãos humanos
Um homem chinês que vendeu um de seus rins para comprar um Iphone e um Ipad está de cama e incapacitado para trabalhar. As informações são do Daily Mail.
O doador, conhecido apenas como Wang, está hoje com 25 anos. Ele ganhou cerca de R$ 11 mil ao vender o órgão no mercado negro chinês. O caso aconteceu em 2012, quando ele tinha 17 anos de idade.
A mídia local relata que o rapaz queria comprar os novos Iphone e Ipad, mas sua família era muito pobre. Em um fórum na internet, Wang conseguiu contato com homens que trabalhavam com compra e venda de órgãos humanos.
“Na época, eu queria comprar um IPad 2, mas não tinha recursos e minha família é muito humilde. Na internet, um “agente de órgãos” disse que meu rim poderia render muito dinheiro”, conta Wang. Com o dinheiro que conseguiu, Wang comprou um Iphone 4 e um Ipad 2.
Wang fez uma viagem sem que seus pais soubessem. Ele saiu de sua casa na província de Anhui, no leste da China, até a província de Hunan, no sul do país. Dois cirurgiões, um assistente de cirurgia e uma enfermeira realizaram a operação macabra.
Policiais foram chamados quando sua mãe descobriu o que ele tinha feito e uma investigação foi iniciada. Nove pessoas envolvidas no esquema foram presas. Os intermediários foram condenados a até cinco anos de prisão e cada cirurgião recebeu pena de três anos.
Complicações
Sete anos depois da cirurgia, a saúde de Wang se deteriorou e ele começou a se sentir mal. Ao consultar um médico, descobriu que o seu outro rim havia parado de funcionar.
Outros órgãos dele foram afetados por uma infecção que ele contraiu ao realizar a cirurgia sem nenhum tipo de cuidados pós-operatórios.
Hoje, Wang precisa de aparelhos para sobreviver e passa seus dias na cama, sem conseguir se levantar. Ele recebeu uma indenização do governo.
Tráfico de órgãos na China
Ao contrário de países onde o tráfico de órgãos humanos é comandado por máfias, na China esse comércio era legalizado até o ano de 2006, quando entrou em vigor uma lei que proíbe a compra e venda de material humano e determina que as doações sejam voluntárias.
Durante muito tempo, a China foi considerada um paraíso de transplantes clandestinos, atraindo pacientes vindos de Hong Kong e de várias partes do mundo em busca de um órgão vital que as listas de espera e os altos preços tornaram inacessíveis em seus locais de origem.
A situação acabou gerando o crescimento de um mercado negro, onde o que importa é obter o órgão desejado pelo paciente, sem avaliar a procedência ou o consentimento do portador natural.
O fenômeno tomou uma dimensão trágica no caso dos condenados à morte, transformados em mercadoria após serem executados, em um negócio multimilionário no qual rins e fígados recebem cotações altíssimas.
Desde 1 de janeiro de 2015, a China suspendeu por completo a utilização de órgãos de presos executados para transplantes.
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