O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, divulgou vídeo em resposta a críticas que recebeu pelas declarações de que a universidade no Brasil não é lugar para todos
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, afirmou nesta quarta-feira (30), em um vídeo divulgada em sua conta no Twitter, que universidade “não é para todos”, mas “somente para algumas pessoas”.
Na gravação, ele diz que a melhor forma de democratizar o ensino superior é investir no “ensino básico de qualidade”.
O comentário foi publicado em resposta às críticas que ele recebeu nesta semana por ter declarado, em entrevista ao Valor Econômico, que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a mesma elite econômica”.
“Nas entrevistas que faço, algumas pessoas me perguntam o que acho de universidade para todos. E digo que universidade, do ponto de vista da capacidade, não é para todos. Somente algumas pessoas que têm desejo de estudos superiores e que se habilitam para isso entram na universidade. O que não significa que eu não defenda a democracia na universidade”, afirma.
“A universidade tem que ser democrática. Ou seja, todos aqueles que quiserem entrar estarem em pé de igualdade para poder competir pelo ingresso na universidade. Então, a coisa melhor para democratizar a universidade, sabe qual é? Ensino básico de qualidade, onde todo mundo se forma, todo mundo se habilita e todo mundo pode competir em pé de igualdade. Universidade para todos, nesse sentido, vale”, ressalta.
Políticos de partidos de oposição ao governo Bolsonaro criticaram Ricardo Vélez Rodrigues por ter dito ao Valor que a “a ideia de universidade para todos não existe”. De acordo com o ministro, não faz sentido um advogado estudar anos para virar motorista de Uber.
“Nada contra o Uber, mas esse cidadão poderia ter evitado perder seis anos estudando legislação”, disse ao jornal. Na avaliação dele, o retorno financeiro dos cursos técnicos é maior e mais imediato do que o da graduação, o que pode a diminuir a procura por ensino superior.
“As universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a mesma elite econômica [do país]”, afirmou ainda na entrevista, ressaltando que busca um modelo parecido ao de países como a Alemanha.
Segundo ele, não está em estudo a cobrança de mensalidades em universidades públicas, mas é urgente reequilibrar seus orçamentos.
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