Nota do MEC diz que jornalista brasileiro é ligado a KGB e vira piada nas redes
A internet não sabe se ri ou se chora com a nota do Ministério da Educação. Para além das conspirações, texto está repleto de erros de pontuação e grafia
Internautas não sabem se riem ou se choram com uma nota publicada pelo Ministério da Educação (MEC) que acusa um colunista brasileiro de manter ligações com a KGB, o antigo serviço secreto russo.
Tudo começou quando Ancelmo Gois, do jornal O Globo, denunciou a exclusão de vídeos que contavam a história de de personagens como Karl Marx, Friedrich Engels, Marilena Chauí, Antonio Gramsci e Friedrich Nietzche do site do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Na nota, redigida em caixa-alta, o MEC afirma que o Ines abriu uma sindicância para investigar de quem é a “re-sponsabilidade” sobre o desaparecimento dos vídeos e que tomou a decisão de reinserir o material apagado da plataforma. O MEC também aponta que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, não está envolvido no caso.
Até a publicação desse texto, os vídeos ainda não estavam disponíveis. Além dos pensadores alinhados com a esquerda, as buscas que envolvem os verbetes “LGBTs” e “feminismo”, por exemplo, também não retornam resultados.
O trecho mais constrangedor – e que gerou milhares de comentários e compartilhamentos na publicação, no entanto, está no terceiro parágrafo. O MEC associa a figura do jornalista com a de um agente da KGB, da antiga União Soviética, extinta em dezembro de 1991.
Até quando ficarão criando mentiras contra nós? Deixem-nos trabalhar. https://t.co/ysclinnOM6
— Ricardo Vélez (@ricardovelez) 31 de janeiro de 2019
“Durante sua vida como docente, o ministro da Educação sempre ensinou e defendeu a pluralidade e o debate de ideias, recusando-se a adotar métodos de manipulação da informação, desaparecimentos de pessoas e de objetos, que eram próprios de organizações como a KGB, que na década de 60, quando da sua fuga do Brasil para a Rússia, protegeu e forneceu identidade falsa para o colunista de O Globo”, diz a nota.
“Ancelmo Gois foi treinado em marxismo e leninismo na escola de formação de jovens quadros do Partido Comunista Soviético”, finaliza.
A repercussão, naturalmente, foi imediata. Confira:
O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO publicou uma resposta pública com teorias da conspiração para ATACAR UM JORNALISTA!
E o pior, infestado de erros de português!!! Falta de vírgulas, de aspas, até “re-sponsabilidades”.
Esse Ministro da Educação é uma PIADA! Que constrangimento, Brasil! pic.twitter.com/FLz0YjVGBf
— Felipe Neto (@felipeneto) 30 de janeiro de 2019
O que vocês fizeram com esse país, bicho?! Quem, em sã consciência concorda com isso? pic.twitter.com/UwbQ95uuzy
— Joanna Maranhão (@Jujuca1987) 31 de janeiro de 2019
A nota: