Racismo não

Delegacia abre inquérito para investigar falas racistas em programa da Globo

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Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância abre inquérito para investigar racismo e intolerância religiosa em programa da TV Globo

Paula (reprodução)

As declarações de cunho racista e de intolerância religiosa no programa “BBB19”, da TV Globo, viraram alvo de um inquérito da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Maycon e Paula (imagem) estão entre os participantes da atração criticados por telespectadores por falas contra religiões de matriz africana.

“De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) foi instaurado inquérito para apurar o ocorrido. As investigações estão sob sigilo”, informou a assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

O caso mais recente no reality foi de Maycon, que ao ver Gabriela e Rodrigo França dançando uma música de Jorge Aragão, disse ter sentido um arrepio ao ouvir “músicas esquisitas”.

Paula, em conversa com Hariany, disse ter medo das religiões africanas: “Eu tenho muito medo do Rodrigo. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu tenho medo disso, mas nosso Deus é maior”.

A família de Rodrigo França, que é negro e tem sido o principal alvo das declarações preconceituosas, se posicionou dizendo que está procurando as medidas cabíveis diante do caso.

Os atos de discriminação por raça e cor são considerados crimes no Brasil desde 1989. Além deles, há também a conduta de injúria racial, que é detectada em atos que ofendem a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.

Por meio de um comunicado, a Globo informou que não foi notificada sobre a investigação da Polícia Civil.

“Não fomos notificados, mas é importante pontuar que a Globo respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia com veemência qualquer tipo de intolerância e preconceito, em todas as suas formas. Desde 2016 a emissora mantém no ar a campanha ‘Tudo começa pelo Respeito’, em parceria com Unesco, Unicef, Unaids e ONU Mulheres, que atua na mobilização da sociedade para o fortalecimento de uma cultura que não apenas tolere, mas respeite e discuta amplamente os direitos de públicos vulneráveis à discriminação e ao preconceito. Desta forma, é importante reiterar que qualquer manifestação pessoal, equivocada ou não, feita pelos participantes do programa, não reflete o posicionamento da emissora”.

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