Mulheres violadas

Feminicídio em igreja: homem mata a mulher que foi sua companheira por 40 anos

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Homem persegue ex-mulher e passa por cima dela com um automóvel. A vítima ainda conseguiu fugir para uma igreja, mas foi morta a tiros. Os dois foram casados por 40 anos e tinham dois filhos. Ele não aceitava a separação

Elza Formighieri Morschheiser (Reprodução/Redes Sociais)

Um feminicídio seguido de suicídio abalou a cidade de Corbélia, no oeste do Paraná. Elza Formighieri Morschheiser, de 66 anos, foi assassinada pelo ex-marido, com quem viveu por 40 anos.

O crime aconteceu na manhã desta segunda-feira (18). Testemunhas disseram à Polícia Militar que antes de ser assassinada, a vítima foi perseguida pelo ex-marido de carro.

Elza estava indo para o trabalho de bicicleta quando foi surpreendida por Elizeu Morschheiser, de 74 anos. Ela chegou a ser atropelada por ele, mas conseguiu fugir para a igreja em busca de socorro.

Dentro da igreja ela foi atingida por ao menos quatro tiros de revólver. Depois de matar Elza, o homem cometeu suicídio.

“Ela correu aproximadamente 50 metros. Aí, ele [Elizeu] perseguiu a vítima com um revólver calibre 38 e efetuou vários disparos. Depois, recarregou a arma, e efetuou mais três”, disse o delegado Fabiano Nascimento, responsável pelo caso.

O delegado disse ainda que ela tinha registrado um boletim de ocorrência por injúria, ameaça e agressão em novembro de 2018, quando os dois se separaram, e que por conta disso a Justiça havia concedido uma medida protetiva contra ele.

Elza e Elizeu tiveram dois filhos e estiveram casados por quatro décadas, mas a mulher decidiu terminar a relação após ter sido agredida pelo marido em novembro.

Ao registrar ocorrência na delegacia da cidade, a filha do casal, de 37 anos, estava junto para prestar queixa. De acordo o delegado, ela também havia sido lesionada. O homem teria agido assim por ciúmes e não aceitava o fim do casamento.

Violência contra a mulher

O Brasil ocupa o 5º lugar entre os países mais violentos do mundo no que se refere à violência doméstica contra mulheres.

Para enfrentar esse quadro alarmante, juízes, promotores e defensores públicos são unânimes em relação à importância da denúncia. Para esses especialistas, elas funcionam como um freio inibidor da violência que, muitas vezes, impede o mal maior: o feminicídio.

Se você é vítima de violência doméstica ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência, saiba onde e como denunciar:

1. Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

No caminho da solução desses casos, as delegacias especializadas são uma das mais importantes portas de entrada das denúncias de agressão.

2. Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher

Outro canal de entrada de denúncias é a central telefônica Disque-Denúncia, criada pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.

3. Defensoria Pública

A Defensoria Pública é uma instituição que presta assistência jurídica gratuita às pessoas que não podem pagar um advogado. Qualquer pessoa que receba até três salários mínimos por mês ou possa comprovar que, mesmo recebendo mais, não tem condições de pagar um advogado particular, tem direito de ser atendido.

4. Chamar a PM – Disque 190

Quando não há uma delegacia especializada para esse atendimento, a vítima pode procurar uma delegacia comum, onde deverá ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190.

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