Ex-policial militar Elias Gonçalves da Costa confundiu o carro em que o menino João Roberto (3 anos) estava com a mãe e com o irmão (9 meses). Ao todo, 17 disparos atingiram o veículo. Os tiros só pararam quando a mãe jogou a bolsa das crianças pela janela e saiu do carro
O ex-policial militar Elias Gonçalves da Costa, acusado de matar o menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, em 2008, foi absolvido pelo Tribunal do Júri, após seis horas de audiência, nesta quinta-feira. É a segunda vez que ele é julgado e absolvido. O ex-soldado já havia sido julgado em 2011, mas o Ministério Público conseguiu anular a sentença.
Elias e o também ex-policial militar William de Paula perseguiam um grupo de bandidos, na Tijuca, quando confundiram o carro em que o João Roberto estava com a mãe e com o irmão, então de apenas 9 meses, com o utilizado pelos criminosos. Ao todo, 17 disparos atingiram o veículo. Os tiros só pararam quando a mãe jogou a bolsa das crianças pela janela e saiu do carro.
A família passava pela na Rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca, quando foi ultrapassada por um carro em alta velocidade. Ao perceber que um veículo da polícia vinha atrás, a mãe de João, a advogada Alessandra Amorim Soares, parou o carro para dar passagem.
Os policiais alegaram ter confundido o carro de Alessandra com o de criminosos em fuga.
O júri começou às 14h50 desta quinta-feira. Duas testemunhas de defesa, amigos de infância de Elias, foram ouvidas. A mãe do João Roberto passou mal e foi dispensada pela acusação.
No interrogatório, Elias repetiu a versão apresentada no primeiro julgamento. Ele afirmou que deu um único tiro para o chão, de advertência, e que foi o outro policial, Willian de Paula, quem fez os disparos contra o Pálio Weekend onde estava a família.
William de Paula também havia sido inicialmente absolvido, em 2008, mas foi condenado a 18 anos de prisão em um segundo julgamento, em 2015.
No momento em que a sentença absolvendo Elias foi lida, os pais de João Roberto, Alessandra e Paulo Roberto Barbosa Soares, permaneceram em silêncio.
De acordo com o Tribunal de Justiça, a acusação ainda pode recorrer.
Flávia Junqueira, Agência Globo
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