Redação Pragmatismo
Tragédia 15/Mar/2019 às 14:29 COMENTÁRIOS
Tragédia

Autor de massacre admira Trump e diz que teve contato com Anders Breivik

Publicado em 15 Mar, 2019 às 14h29

Extremista de direita que promoveu massacre na Nova Zelândia afirma que teve contato com Anders Breivik e que Breivik deu sua “bênção” ao ataque. Em manifesto, homem elogiou o presidente Donald Trump. 49 mortes foram confirmados e há dezenas de feridos

massacre na nova zelândia
(Imagem gravada da câmera acoplada no capacete do autor do massacre na Nova Zelândia)

O principal responsável pelo atentado a duas mesquitas na Nova Zelândia é um jovem australiano de 28 anos identificado como Brenton Tarrant. Além de Tarrant, outras três pessoas (uma mulher e dois homens) foram presas por envolvimento no massacre.

Em manifesto intitulado “Great Replacement” (A Grande Substituição), Tarrant se definiu como um “fascista” apoiador da ideologia de “extrema-direita” e “anti-imigração”. As informações são do The Guardian.

No documento de 74 páginas, Tarrant elogiou o presidente norte-americano Donald Trump, a quem descreve como “símbolo de uma identidade branca renovada”.

O atirador garantiu ainda que teve “contato breve” com o assassino em massa norueguês Anders Breivik. Segundo ele, Breivik deu sua “bênção” ao ataque.

Tarrant transmitiu ao vivo, via Facebook, o atentado cometido nesta sexta-feira (15) e que deixou 49 mortos e dezenas de feridos. As mesquitas atacadas ficam em Christchurch, 3ª maior cidade da Nova Zelândia com mais de 370 mil habitantes.

Tarrant levou uma câmera presa à sua cabeça que lhe permitia transmitir não apenas os assassinatos, mas também os momentos anteriores ao atentado, como o interior do carro que ele dirigia e o arsenal de armas preparado para o massacre. São 17 minutos de vídeo que registram o momento em que ele chega à mesquita Al Noor e abre fogo contra as pessoas.

Em pronunciamento após os ataques, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Adern, condenou os atentados com rigor, dizendo que os atingidos eram “neozelandeses como todos nós, ao contrário dos atiradores terroristas, que não pertencem ao nosso país.”

Ela lembrou que muito provavelmente muitas das vítimas eram imigrantes que tinham escolhido a Nova Zelândia fugindo de conflitos para viver em paz.

Anders Breivik

Anders Breivik (imagem: reuters)

Anders Breivik, citado por Brenton Tarrant, é o autor confesso dos atentados em um acampamento de jovens na Noruega que mataram 77 pessoas e feriram outras 51 pessoas, no dia 22 de julho de 2011. Breivik também define a si mesmo como um adepto da extrema-direita.

Breivik foi condenado por unanimidade a 21 anos de prisão prorrogáveis e sorriu ao ouvir o veredicto da justiça. Ele também fez a saudação Nazista (imagem acima) e pediu desculpas aos extremistas por não ter conseguido matar mais pessoas no ataque.

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No dia do atentado, Breivik publicou na internet um manifesto de sua ideologia de extrema-direita, compilada em uma coleção de textos intitulados “2083 – Uma declaração européia de independência”.

Em seus escritos, Anders Breivik expressa suas visões de mundo — que incluem conservadorismo cultural radical, ultranacionalismo, islamofobia, homofobia, racismo e antifeminismo. Breivik também classifica o ‘marxismo cultural’ como uma das maiores ameaças à Cristandade moderna.

No Brasil, o principal crítico do chamado ‘marxismo cultural’ é Olavo de Carvalho — considerado o guru da nova direita brasileira e que tem o presidente Jair Bolsonaro como um dos seus discípulos.

Olavo, que atualmente mora nos Estados Unidos, é o responsável pela indicação de dois ministros do atual governo: Ricardo Vélez Rodrigues (MEC) e Ernesto Araújo (Ministro das Relações Exteriores).

VEJA TAMBÉM: Expressão usada por ministros de Bolsonaro foi invocada em massacre na Noruega

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